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22 de agosto de 2012

DEUS, PECADO, SEPARAÇÃO E SENTIMENTO DE REJEIÇÃO

Já ouvi muitas pessoas falando algo do tipo “Eu vou pro inferno mesmo, porque devo me preocupar com Deus?”. Fiquei me perguntando porque elas pensam assim, e cheguei a conclusão de que é isso o que chamamos de consequência do pecado: a separação entre nós e Deus.

As pessoas se veem destituídas de uma suposta santidade - na cabeça delas pré-requisito para poder se relacionar com Deus - e preferem se distanciar, esquecer que Ele existe, resignar-se com um destino terrível fazendo pouco caso (a maioria acha que o Inferno não é tão ruim assim). Muitos preferem negá-lo totalmente, ou escolher uma religião que lhe dê mais conforto, que na visão dela comporte melhor seus defeitos, que seja mais flexível ou adequada a filosofia e conceitos de certo e errado dos humanos. Não entendem bem a mensagem de Jesus. Elas deviam dar uma (nova) chance a Ele e estudar a palavra com afinco e isenção, principalmente os evangelhos. Entenderiam que Deus quer a todos independente de seus pecados. TODOS. Isso inclui você. Mas nem todos o querem.

É mais palpável pensar na consequência do pecado - a separação entre nós e Deus - em termos práticos do que  metafísicos. O pecado faz com que nos sintamos inaptos para uma relação com Deus porque colocamos nele expectativas nossas; nos mantermos afastados de Deus por achar que Ele não nos quer por perto e que nos odeia por sermos tão falhos.

As pessoas tem um conceito geral, observado inclusive no antigo testamento, de que Deus é algo 100% puro e santo, o que é verdade. E que nós, com nossos pecados, somos indignos sequer de nos aproximar dele, de querer nos relacionar com Ele, e inclusive de sermos amados por Ele.

Este é o poder do pecado. Ele nos distancia de Deus pela transgressão que caracteriza, mas também nos fazendo pensar que este pecado nos torna persona non grata diante de Deus indefinidamente.

Desde os tempos antigos ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, e olho nenhum viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam. Vens ajudar aqueles que praticam a justiça com alegria, que se lembram de ti e dos teus caminhos. Mas, prosseguindo nós em nossos pecados, tu te iraste. Como, então, seremos salvos? Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe. Não há ninguém que clame pelo teu nome, que se anime a apegar-se a ti, pois escondeste de nós o teu rosto e nos deixaste perecer por causa das nossas iniqüidades. Contudo, Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das tuas mãos.
Isaías 64:4-8

O último versículo deste trecho e várias outras passagens na Bíblia demonstram de que nosso afastamento devido ao pecado não é eterno. O trecho acima deixa claro no entanto que nossas capacidades próprias são insuficientes para nos apresentarmos puros e santos perante Deus, que não é responsável por nossos desvios mas ao mesmo tempo não desiste de nós, tendo dado seu filho para nossa salvação. É exatamente como a parábola do filho pródigo:

Jesus continuou: "Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. "Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. "Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. A seguir, levantou-se e foi para seu pai. "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. "Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar. "Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. "O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele! ’ "Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que comemorar e alegrar-nos, porque este seu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ". 
Lucas 15:11-32

No Antigo Testamento os sacrifícios feitos no Templo serviam para a expiação dos pecados e purificação das pessoas perante o Senhor, mas o sacrifício supremo foi realizado com a vinda, crucificação e ressurreição de Jesus. Basta a pessoa entender, aceitar e se entregar a esta verdade para estar purificada diante de Deus, ter seus pecados lavados, e restabelecer sua comunhão com o Pai.

O final de tudo é que Jesus nos salva se nos entregarmos a Ele, se o imitarmos, se buscarmos ser como Ele foi.

Deus de fato quer de nós um estado santo e sem pecados, mas não temos como nos tornar santos para depois nos aproximarmos de Deus porque esta santificação provêm dEle. Ou seja, sujos e pecadores devemos buscá-lo em primeiro lugar através de Jesus, e por meio do Espírito Santo Ele operará em nossa vida, cotidianamente e por meio de inúmeras experiências e situações, pequenas transformações que nos tornarão mais e mais parecidos com Cristo, mais e mais próximos de quem Deus sabe que podemos ser.

Jesus disse em Marcos 2:17 "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores".

A santificação vem portanto de dentro para fora. Você não se comporta de forma santa para conquistar a salvação, mas é salvo por Jesus e depois disso passa a experimentar a transformação que lhe leva a um comportamento santo.

Continuaremos a pecar? Infelizmente sim. Mas vamos nos arrepender e lutar contra estes pecados. Essa é nossa cruz. Essa é  vida cristã. Uma luta que termina com nossa morte física dando início a nossa vida eterna ao lado de Deus.

Por fim alguns trechos relevantes a este mesmo assunto:

No dia seguinte João (Batista) viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 
João 1:29

Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. 
Filipenses 3:7-15

Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo. 
1 Coríntios 11:1

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