LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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29 de outubro de 2009

O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS

“The Last Starfighter”, de Nick Castle, 1984, 101min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0087597

Podia jurar que já havia escrito a respeito deste filme aqui no blog antes, mas não achei nada.

“O Último Guerreiro das Estrelas” é, para mim, um marco. Como todos os filmes da minha infância, não se acha ele em lugar algum exceto na Internet.

A trama é bastante revolucionária para a época do filme, 1984. O mundo estava encantado com a primeira geração de vídeo-games, o Atari. Arcades e fliperamas eram bastante desejados pela molecada, e eram icônicos como ainda o são hoje.

Um rapaz chamado Alex mora com a mãe e o irmão em um acampamento de traillers. A vida deles é um pindaíba só, e ele vive ajudando o pessoal do acampamento fazendo pequenos reparos no lugar. Ele sonha em ir para a faculdade com a namorada, mas as coisas não dão muito certo para ele.

A única coisa que o rapaz faz de bom e que o ajuda a superar aquela situação é jogar um arcade que ninguém sabia como havia ido parar lá. O nome da máquina era “O Guerreiro das Estrelas” (The Starfighter), e no jogo ele era o atirador de uma nave espacial avançadíssima que lutavam contra alienígenas ruins. Alex era muito bom, e numa noite enquanto discutia com a namorada sobre o futuro, ele bate o recorde da máquina e todo o acampamento festeja.

As coisas ficam estranhas quando um sujeito em uma limousine hi-tech aparece e peque que ele entre. A limosine se transforma em uma nave espacial e leva Alex a uma base alienígena aonde ele descobre que a história do jogo é real. O arcade era na verdade um módulo de treinamento e detecção de atiradores em potencial, e ele havia sido recrutado para ser um guerreiro das estrelas.

O negócio é demais para o rapaz, que desiste. Ele volta para casa e vê que o cara que o havia levado havia deixado um robô clone dele no seu lugar enquanto ele estava fora, e este robô é uma das coisas mais divertidas e legais do filme.

Os alienígenas ruins atacam a base dos guerreiros das estrelas por causa de um maldito traidor, e todos são mortos exceto um piloto, que não tinha atirador. Alex passa a ser perseguido por um caçador de recompensas mas o homem que o havia levado inicialmente aparece e é ferido mortalmente. O robô clone de Alex se sacrifica e salva Alex, e este por sua vez volta com o homem moribundo à base dos Guerreiros das Estrelas para ver o que havia acontecido.

O piloto que havia sobrado, um ser meio reptiliano, lhe diz que estava desenvolvendo uma nave revolucionária que era muito poderosa e que podia lutar contra as forças inimigas, mas ele precisaria de um atirador. Alex aceita depois que o piloto lhe diz que se eles não fizessem nada a Terra seria invadida também mais cedo ou mais tarde.

O filme habitou minha mente por muitos anos. Sonhava com uma nave vindo me pegar para ser o herói da galáxia e fazer algo grandioso. Me deu muito combustível para a imaginação.

Este filme também mostra o arco completo do herói clássico, que tem que sair de sua zona de conforto, enfrentar perigos, realizar uma tarefa, vencer o desafio final e então voltar à paz. É mitológico como todo filme do gênero portanto. E por isso mesmo, é capaz de gerar identificação imediata com que o assiste.

MERCENÁRIOS DAS GALÁXIAS

"Battle Beyond the Stars", de Jimmy T. Murakami, 1980, 104min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0080421

“Mercenários das Galáxias” é mais um filme da minha infância que consegui rever estes dias graças à Internet. Não adianta procurar o filme em VHS, DVD ou o que você imaginar: ele simplesmente desapareceu do mercado brasileiro, se é que ele realmente aportou por aqui fora as exibições do filme na Sessão da Tarde na década de 80. Só graças à Internet é possível rever estas pérolas.

A trama é bastante simples: no planeta Akir os habitantes pacíficos são invadidos pelo terrível ditador Sador. Shad, um rapaz do planeta Akir, é escolhido pelo povo para vagar pelo espaço e contratar mercenários que os ajudem a combater o vilão, com direito a uma guerreira valquíria, um cowboy espacial e os Nestor, uma raça de indivíduos que é apenas um, com uma consciência coletiva.

Se o esquema “vilão domina fracos que buscam mercenários para se defenderem” lhe parece familiar, saiba que é proposital. O filme foi baseado na mesma trama do clássico japonês “Os 7 Samurais”, se Akira Kurosawa. Aliás o planeta se chama Akir justamente como homenagem do produtor deste filme, Roger Corman, que é conhecido como “O Rei dos Filmes B”. Outra coisa interessante é que a direção de arte deste filme é de ninguém menos que James Cameron (Titanic, Avatar, Terminator, Aliens). Lógico em em início de carreira.

O filme é típico daqueles filmes loucos e descompromissados dos anos 80, um clássico trash para muitas pessoas. Algumas cenas marcantes do filme são a nave que o herói pilota e que parece um alce e tem um computador com opiniões bem definidas sobre um monte de coisas, os alienígenas Nestor que são um só ser, o cowboy espacial divertido e a cena em que o vilão implanta a mão de um dos Nestor e quase é morto por ela porque os outros Nestor podiam controlá-la, obrigando-o a amputá-la. Outras cenas engraçadas são a Valquiria ensinando uma garota como conseguir um homem e também a cena em que é sugerido ao rapaz Shad fique em uma base espacial e passe a vida copulando com a filha do chefe do lugar.

No âmbito mitológico pode-se ver ainda o arco completo do herói clássico, que tem que sair de sua zona de conforto, enfrentar perigos, realizar uma tarefa, vencer o desafio final e então voltar à paz.

De qualquer forma, é um filme que me marcou muito a infância, e redescobri-lo foi muito divertido.

20 de outubro de 2009

POR QUE ESTA DOR?

Tem gente que me pergunta: “se você é crente e acredita em Deus porque é que ele deixou você ficar com esta doença e com todas estas dores?”.

O primeiro fator é físico: causa e consequência.
Eu posso ter desenvolvido esta doença (que nem sei ainda o que é, pois o diagnóstico só virá daqui a umas duas semanas, com o exame) simplesmente pelos meus hábitos errados de alimentação. Ou seja: fiz besteira e Deus não tem nada a ver com isso, porque não está escrito em lugar nenhum que ele ia nos livrar das dificuldades da vida. Na verdade estas dificuldades são, muitas vezes, necessárias para o nosso próprio desenvolvimento como seres humanos.

O segundo fator é espiritual: dependência.
As vezes vivemos no automático e nos esquecemos de que não somos de nada. De que dependemos da graça de Deus todos os dias (seja para as coisas terrenas, seja para as coisas espirituais). Não digo que Deus propositadamente nos dê estas dificuldades, mas é fato que todas elas (e no meu caso agora é com minha saúde) nos ajudam a despertar para a realidade de que nada somos, de que podemos morrer a qualquer instante, que estamos sujeitos a toda sorte de ferimentos, doenças, dores, violências e sofrimentos.

As pessoas dizem que o ser humano é hipócrita e só se volta para Deus nestes momentos de aperto. É verdade. Mas alguns aprendem a lição e permanecem voltados para o Senhor. A maioria ficará no automático até a próxima dificuldade, aonde se voltarão novamente a Deus, em um ciclo que para alguns pode acabar, mas que para muitos perdurará até sua morte.

Mesmo aqueles que estão voltados para Deus podem, neste momento, testemunhar com sua sobriedade e tranquilidade mesmo diante da dor e do sofrimento. Se estou conseguindo eu não sei. Mas com todas estas dores, sei que sem Deus nada sou.

19 de outubro de 2009

DOR - QUE DESGRAÇA

Sinceramente, estas dores que venho sentindo por causa do meu "probleminha de estômago" são a pior coisa que já sofri até agora em minha vida. Depois de amanhã completará uma semana que estou assim. Acho que vou comprar um bolo pra comemorar.

Ontem a noite me surpreendi porque ao deitar não senti quase dor alguma. Estava quente,muito quente, então deitei sem camisa, coberto só pelo lençol. Cerca de uma hora depois acordei com frio, e dor, muita dor. Meu diafragma se contraiu porque senti um pouco de frio, e eu não conseguia falar nada, só gemer. Minha esposa preocupadíssima me viu levantar, vestir minha camisa do pijama, pegar o edredom e me cobrir com ele. A dor passou.

Agora de manhã chego aqui no serviço me sentindo quase que 80% bem, até que de uma hora pra outra, lá pelas 08h30m uma dor do lado direito (antes era tudo no lado esquerdo) começa do nada. Não conseguia respirar de novo, sentia pontadas de uma dor insuportável. Comecei a respirar muito curto. Comecei a beber água, tomei um chá, me vesti com um casaco pensando que era frio de novo (no meu serviço faz frio agora porque arrumaram o ar condicionado, graças a Deus). Nada.

Como a respiração estava curta, fiquei com falta de oxigênio no sangue. Adivinha o que aconteceu? Eu me debrucei para frente, quase tocando o teclado com minha cabeça. Uma pressão imensa se fez sobre minha cabeça. O ruído de fundo do escritório foi baixando, porque meus ouvidos foram parando de funcionar. Um silêncio doentio se fez. Meu corpo todo ficou inerte, frio, formigando. Eu estava desmaiando.

Não sei se é força de vontade ou burrice. Mas fui falando pra mim mesmo “Não desmaia aqui, porra! Não desmaia, que vai ser o maior vexame, não desmaia!!!”. E eu não desmaiei. O nosso organismo é mesmo fenomenal, né? E é bom ver que estes mecanismos de segurança estão funcionando bem em mim, porque eu nunca desmaiei na minha vida, e essa foi praticamente a primeira vez.

Depois deste episódio imediatamente meu corpo todo começou a transpirar, minha pressão caiu e eu fiquei lesado por cerca de uma hora. Sem que ninguém ao meu lado notasse. Agora são 11h51 e eu estou bem melhor. Sabe o que era a maldita dor do lado direito? GASES! Dei um mega arroto depois de fazer uma massagem em sentido horário no estômago (meu vizinho de trabalho me disse que na medicina chinesa eles fazem a massagem nesse sentido porque é o sentido do fluxo natural do nosso intestino).

Tudo isso por causa desse probleminha gástrico. Olhe, siga minha recomendação: não coma refeições grandes e dê preferência por refeições menores e mais constantes, não tome (muito) café, não coma (muitos) alimentos gordurosos. Coma legumes e verduras. Faça um esporte que goste, mesmo que seja tênis de mesa. Não exagere nas bebidas alcoólicas. Não fume. Tente se regrar. Porque essas dores, como já disse antes, eu não desejo pra ninguém. Só quem tem é que sabe como se sofre.

Ainda não tenho certeza se meu problema realmente é refluxo e gastrite (só vou saber depois da endoscopia), mas o caso é que eu ando com uma prisão de ventre fenomenal e muitos gases. Por isso passei no mercado hoje e comprei 1kg de granola e ameixas. Fibra mais laxante natural. E junto com isso, luftal.

Agora eu tenho que desentupir!Justificar

16 de outubro de 2009

A INCRÍVEL DOR NO TÓRAX

Desde quarta-feira passada estou com uma dor no tórax insuportável. Acordei na quarta de madrugada sentindo dores na barriga, no peito, no pescoço, nos ombros... uma dor aguda, como cólica. Depois que me levantei percebi que doía quando eu respirava (ou seja, tava ferrado, porque até onde eu saiba, não da pra ficar muito tempo sem respirar).

Achei que devia ser uma crise de gases e fui trabalhar armado de luftal. Mas a dor não passava e era insuportável! Sai do serviço às 10h e fui no pronto socorro do Irmãos Penteado. Fiquei lá das 10h30m até as 15h (!). Me botaram no soro, colheram meu sangue e urina, e depois tiraram raios-x do meu peito. Não havia absolutamente nada. Tudo dentro dos conformes.

A médica que me atendeu por sorte era gástrica. Me disse que deviam ser gases ou uma gastrite. Me deu um remédio para a dor e me disse que se a dor não passasse em 24h que eu devia procurar o pronto-socorro ou um especialista gástrico. E me deu dois dias de repouso.

Na quinta não fui trabalhar e fiquei em casa descansando e tomando o remédio. Comprei Luftal Max também, porque se eram gases, assim eu os eliminaria rapidamente. Pois é... o dia passou, chegou de noite, e eu com a dor pior ainda. Detalhe: só estava comendo coisas leves pensando que se fosse uma gastrite, eu devia fazer isso.

Bom, chegou hoje de manhã e eu fui trabalhar. A dor estava ensurdecedora. Minha esposa estava absurdamente preocupada comigo, porque nem dormir direito eu estava. Fui para o escritório com profundas olheiras.

Minha esposa procurou um médico gástrico para mim, e todos ou só tinham horário para dali a duas semanas (e eu ja teria morrido de dor até lá) ou não atendiam pelo meu plano médico (Unimed). Minha sogra ligou então para a Casa de Saúde e viu que um gastro que ela conhecia estava dando plantão lá até as 19h. Fui para lá e ele me tranqüilizou bastante. Eu já estava com várias neuras, pensando que era pneumotórax (inflamação na pleura) porque a dor irradiava pela costela esquerda e ia até a parte de trás das costas, as vezes subia pelo pescoço e chegava até a cabeça. Pensava que eu ia precisar operar e drenar líquidos dali.

Tirei mais um raio-x, só para que ele dissesse que estava tudo em ordem (acúmulo de ar ou sangue na pleura pode ser vista com uma chapa normal). O que ele me disse foi que a dor que eu sinto deve ser devido a algum processo de inflamação do estômago e do esôfago, devido a (veja) refluxo! Disse que essa irradiação não é comum em casos como este, mas que podem ocorrer.

O pior de tudo é que eu vou ter que fazer uma endoscopia, e eu morro de medo desse troço. Mas fazer o que, a dor que eu sinto com certeza é bem pior.

Ele me receitou também dois medicamentos, e só um deles custava R$140,00. Por este preço, tem que me aliviar, né? Pelo menos para que eu agüente até a endoscopia e depois dessa faça o tratamento.

Meu, sinceramente não desejo uma dor dessas pra ninguém neste mundo. Tomara que este médico realmente dê um jeito nisso, porque eu não estou mais agüentando. Pelo que vi, ele é muito bom. Obviamente espero em Jesus também esta melhora. Mas sei que neste caso foi a benção dele por colocar um médico bom no meu caminho, dar capacitação para ele e para os farmacêuticos e demais profissionais que cuidam dos remédios, diagnósticos, etc.

8 de outubro de 2009

ON THE ROAD

Jack Kerouac, 1957

Fazia tempo que eu desejava ler “On the Road”. Terminei de lê-lo há umas 2 semanas, e só agora consigo escrever algo sobre ele.

Li na internet a opinião que outras pessoas tiveram dele, e o que entendo é que este é um livro bastante incompreendido. A maioria das pessoas pensa que este deveria ser como um livro moderno, com uma trama bem elaborada com começo, meio e fim, e que tenha uma história para entreter o leitor. São pessoas que leem por entretenimento e não para reflexão ou abstração da realidade. São pessoas que leem para passar o tempo e não para expandir sua capacidade poética, sua sensibilidade e sua visão crítica.

Enfim, a maioria destas pessoas se decepciona com o texto, que tem um ritmo alucinante, com muitas coisas acontecendo em curto espaço de tempo e com personagens que entram e saem da história a todo instante. Sentem também uma aparente falta de foco, afinal a história parece não lhe levar a lugar algum.

A verdade é que os personagens não tem de fato um objetivo claro como esperamos em um livro como os modernos, uma missão, um foco. Mas a história toda te leva a uma profunda reflexão da humanidade, do que significa viver, e nos ajuda a redefinir o que realmente é importante.

A verdade é que achei o livro tão genial quanto pensava. Sempre ouvi que ele foi inspiração para muitas pessoas formadoras de opinião, e hoje entendo o porque. É um livro sobre descobertas de vida, sobre diversidade e coexistência. É acima de tudo um livro sobre amizade. Sim, amizade! Uma amizade muito louca entre os protagonistas Dean Moriarty e Sal Paradise, uma amizade que enfrenta separações de longos anos, decepções, estranhamentos e aceitação. Aceitação que um tem pelo outro, por seus jeitos, por seus gostos. É uma amizade tão forte quanto frágil, porque todas as amizades no final das contas são fortes e fracas ao mesmo tempo: fortes pelo que elas podem nos proporcionar e fracas pelo fato de que sua natureza é frágil e exige cuidados constantes.

A história de On The Road é simples: no final dos anos 40 um escritor viaja de costa a costa pelos EUA e na sua última viagem vai até o México. Nestas viagens vai cruzando com pessoas extremamente interessantes, não porque sejam fantásticas ou façam coisas incríveis, mas porque são pessoas comuns. Foi como pegar uma lupa e por sobre algumas pessoas desconhecidas no mundo, e assim você fica sabendo das pequenas desgraças que assolam a vida de pessoas como você, de suas lutas, de suas dificuldades e dramas. Você conhece pessoas reais, como só pode fazer em uma viagem como esta.

O maior mérito do livro é lhe levar de carona com os personagens nesta viajem, e ver em primeira mão o que eles descobrem, seus desesperos, suas dificuldades, suas loucuras, seus estilos de vida, suas filosofias, seus gostos e o jeito com que curtem seu tempo.

O livro tem, obviamente, um ar melancólico em certos momentos, o que me fez lembrar muito da mesma sensação que tive ao ler, anos atrás, “Perdidos na Noite” (Midnight Cownboy). É um misto de comédia, aventura, realidade, dor, sofrimento, amor, superação, degradação e culpa, só que neste caso, coroado com o prolixidade de Dean, que fala muitas coisas em pouco tempo, de forma quase alucinada.

On The Road foi escrito para garotos e jovens daquela época, mas não para garotos e jovens dos dias atuais. E isso é interessante porque mostra a diferença da realidade entre estas gerações. Naquela época os jovens liam Prost, o próprio Jack Kerouac, Neal Cassady (seu amigo e inspiração para Dean Moriart) dentre outros. Liam coisas pesadas, que os ajudaram a construir um país rico e próspero, que os fez pensar, que os levou a refletir e a encarar a realidade bruta, com tudo de bome ruim que ela tem, com naturalidade.

Hoje os jovens leem Harry Potter, Crepúsculo e outros livros semelhantes. Hoje os jovens leem apenas livros de fantasia, como se tentassem fugir da realidade, que convenhamos, é complexa, fria e brutal demais para que eles queiram encará-la. Isso explica porque livros icônicos como On The Road não façam mais tanto sucesso com os jovens. A realidade é outra. A realidade é virtual.

6 de outubro de 2009

O DIA EM QUE ME COMPORTEI COMO UM MERO USUÁRIO

Eu tenho NET (o combo completo, ou seja, TV, telefone e internet banda larga). Usava o controle remoto da TV para controlar o conversor já há alguns meses sem nenhuma limitação. Eis que na semana passada isso mudou. O controle remoto funcionava perfeitamente bem com a TV, mas com o conversor ele não funcionava.


Peguei o controle remoto original do conversor... e nada! Pensei se podiam ser as pilhas, mas como não tinha pilhas tamanho AAA em casa eu fiz algo que sempre funcionou comigo: peguei as pilhas e mudei-as de posição. Se fossem elas, uma última carga, um último sinal de vida elas dariam. Apontei para o conversor, e nada. Operando-o pelo seu painel, tudo ok. Mas os controles remotos não faziam nada.


O que eu pensei foi que o conversor estava com defeito. Escrevi para a NET e abri um chamado bem bonito dizendo que eu já tinha feito de tudo para verificar o problema. Um técnico deles veio então no DOMINGO (!!!) em casa, e eu estava fora. Dei sorte porque ele estava indo embora quando eu cheguei. Ele entrou em casa e então começou a verificar o conversor.


Ele sacou um controle dele e me pediu pilhas AA. Estas eu tinha, novinhas, alcalinas. Ele colocou-as no controle dele, apontou para o conversor... e funcionou. Pegou o meu controle original, e nada. “Deve ser o controle que está com problemas, vou no carro pegar outro” disse ele. Após 2 minutos ele estava de volta. Pegou o controle novo, que vinha com pilhas novas, apontou para o conversor, e funcionou maravilhosamente bem.


Foi ai que ele fez a coisa que me deixou totalmente revoltado comigo mesmo: ele pegou meu controle velho, trocou as pilhas, apontou para o conversor... e funcionou o maldito!!! O técnico abaixou a cabeça, e com um tom bem calmo, mas ao mesmo tempo desanimado e incredulo, disse “... é... eram as pilhas...”.


Meu Deus do Céu, eu queria morrer de vergonha!!! “Tá, mas porque o controle da TV deixou de funcionar só com o conversor?” eu me perguntei em voz alta. Ai o técnico me disse: “deve ter desprogramado, tenta reprogramar ele depois”. Ele me pediu para assinar a ficha de atendimento e foi embora. Olhei a ficha e nela estava escrito: “troca de pilhas”. Até imagino o cara chegando pra trabalhar no dia seguinte com os amigos dele, rindo até chorar, contando o caso do cliente gordo que abriu um chamado só para trocar pilhas. Vão me zoar uns 3 meses por causa disso. E ainda vão dizer que os gordos que nem eu tem mais é que morrer!


Após um tempo peguei a desgraça do controle remoto da TV e o reprogramei. Ainda bem que o técnico não estava mais lá, se não eu teria tido um infarto de tanta vergonha: o maldito controle remoto resolveu funcionar de novo como se nada tivesse acontecido!


Como ele foi se desprogramar eu não sei, muito menos como isso se sincronizou com o fim das pilhas do outro controle. Mas que eu me comportei como um mero usuário neste dia, me comportei.

5 de outubro de 2009

CAPITALISMO DIABÓLICO

Leia a matéria “Vice-presidente pede demissão de empresa após 24º suicídio”.


Olhe para a cara deste homem, cujo nome é Louis-Pierre Wenes. Você pode imaginar que ele é um maldito executivo que gosta de massacrar seus funcionários, um crápula que adora ver o sofrimento das pessoas ao jogar sobre elas toneladas de pressão e responsabilidade.

Ele teve uma boa parcela na culpa pela morte destas 24 pessoas. Sim, morte. O sangue destas pessoas está em suas mãos. Mas espere um pouco... será que alguém já se perguntou porque realmente ele fez isso?

Este homem com toda certeza deve ter sofrido uma pressão enorme de seu presidente e dos acionistas/proprietários da empresa. A empresa devia dar lucro, e lucro significa o máximo de rendimento com o mínimo de custo, mesmo que você tenha que deixar uma pessoa fazer o trabalho de 10 e ainda cobrá-lo pelo trabalho de 20. Ameaçá-lo de perder o emprego. Deixá-lo fazendo coisas que ele odeia, assumindo responsabilidades que ele não está preparado para assumir, não respeitando suas limitações.

A empresa deve dar lucro porque só assim ela pode sobreviver ao mercado. Existe concorrência (leal e desleal). Existem clientes cada vez mais exigentes. A pressão é generalizada. O funcionário é apenas o fim desta cadeia de pressão, de sofrimento. O funcionário sofre pressão e é ameaçado de perda do emprego pelo chefe, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão... até a ponta da hierarquia, que não é o dono da empresa, nem o mercado, nem o presidente da república, nem o chefe da ONU.

O que está no topo da escala é a ganância do ser humano, esta incapacidade de colocar o bem-estar das pessoas em primeiro lugar, o ato de se lixar para o próximo, de se considerar mais importante e melhor que os demais.

O pai da ganância é o Diabo. Quem manda nisso tudo portanto é Satã em pessoa. Ele está no topo desta cadeia. Esta é meramente a manifestação física da guerra espiritual que travamos. Mesmo que você não creia em Deus e no Diabo, você ainda pode considerar o Diabo como aquela área em nossa mente que nos impulsiona para as atitudes ruins, ou seja: aquela maldade que todo ser humano carrega dentro de si contra a qual devemos lutar conscientemente.