LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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31 de agosto de 2009

GRANDE SERTÃO: VEREDAS


Guimarães Rosa, 1956

Neste final de semana terminei de ler um dos livros mais difíceis que já li na minha vida. “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. Difícil não pela história em si, mas pela linguagem e rítmica adotada.

Segundo li sobre esta obra, Guimarães Rosa o escreveu da forma com que o fez de propósito. Riobaldo, o narrador da trama e seu personagem principal, é um ex-jagunço, ou seja, fala de maneira muito incorreta e usa linguagem muito regional, típica dos sertanejos de Minas Gerais e da Bahia. Usa termos desconhecidos, neologismos, vícios de linguagem, repetições, lacunas, ilustrações verbais, músicas, comparações e o que mais você puder imaginar para representar a história sob a ótica do personagem. Deste ponto de vista é de fato uma obra prima.

Outra coisa muito difícil para mim neste livro é o fato de que ele não tem capítulos. A história é enorme e não há uma pausa natural na narração para que você pare, descanse e retome a leitura mais adiante. E o começo... puxa vida, como o começo é árido! Teobaldo conta histórias desconexas, aparentemente com o firme propósito de lhe deixar completamente sem rumo, totalmente perdido. Deste ponto em diante você só tem uma escolha: deixar que ele lhe guie pelas veredas de sua história, que começa a ganhar corpo quase 100 páginas depois do livro começado.

A história em si é bonita, vibrante, violenta e interessante. Mas é curta. Sim, curta! O que a torna aparentemente longa é a forma com que Riobaldo a narra, cheia de voltas, trilhando caminhos obscuros e por vezes estranhos. A história poderia ser facilmente escrita em 100 páginas, mas ela tem mais de 500 por causa da forma sertaneja com que é contada. Com 100 páginas o livro perderia, porém, muito do seu efeito. Ao final da história estamos cansados, como se realmente estivéssemos ao lado do personagem naquelas centenas e centenas de quilômetros de viagens perigosas e de guerras e batalhas.

“Grande Sertão: Veredas” é uma história que se trata de amor, de vingança e de amizade. Trata-se também do diabo, e de Diadorim, um dos maiores segredo já vistos em nossa literatura, revelado apenas nas últimas páginas. Trata-se de uma tragédia.

O que descobri lendo este livro é que me identifico muito com o Riobaldo, principalmente em sua forma de pensar a vida e o mundo, em seus questionamentos acerca de muitas coisas que a maioria absoluta das pessoas a sua volta sequer notam que existem, sobre o fato de possuir dúvidas, medos e um sentimento de não saber ao certo o que se quer na vida. Me identifico acima de tudo com suas descobertas. O amor, a poesia, o ódio, o poder, o dever, a filosofia...

Existem lições importantes nesta obra. Sobre liderança. Sobre amizade. Sobre a dureza da vida e a natureza do ser humano em condições adversas e não tão adversas assim. Sobre a própria psicologia básica do ser humano. Tudo do ponto de vista de um jagunço, um sertanejo, que conversa com um viajante que se hospeda em sua casa, a quem relata toda a sua vida e a quem questiona se o diabo existe.

O Sertão é a Vida. O Sertão são todas as possibilidades que existem no Universo. O Sertão é o mundo. Nossas vidas são apenas Veredas neste Sertão. Não podemos vislumbrar o Sertão inteiro de uma vez só, tão pouco o conheceremos totalmente porque ele é muito maior do que nós. O Sertão dá a vida e dá a morte. No Sertão se nasce e no Sertão se Morre.

Se Shakespeare conhecesse o Sertão, não tenho dúvidas: diria que o Sertão é cheio de Som e Fúria.

DISNEY COMPRA A MARVEL

Disney anuncia compra da Marvel por US$ 4 bilhões


A Walt Disney Co. anunciou nesta segunda-feira que fechou um acordo para comprar a Marvel Entertainment Inc. em troca de pagamento em dinheiro e ações no valor de quatro bilhões de dólares. "Acreditamos que somando a Marvel a um único portfólio de marcas da Disney teremos significativas oportunidades de crescer e criar valor a longo prazo", declarou o presidente e diretor executivo da Disney, Robert Iger.
  • O personagem da Marvel Homem-aranha em cena do filme de 2001; Disney adquire os direitos

O diretor executivo da Marvel, Ike Perlmutter, também comemorou a negociação: "A Disney é o lar perfeito para o arquivo de personagens da Marvel, dada sua provada habilidade para ampliar a criação de conteúdos e empreendimentos. "Esta é uma oportunidade sem precedentes para a Marvel de fortalecer sua vibrante marca, tendo acesso à formidável organização global e infraestructura da Disney em todo o mundo", completou.

Além de Homem-aranha, Homem de Ferro e X-Men, o elenco de mais de 5.000 personagens da Marvel inclui o Capitão América, o Quarteto Fantástico, Thor, entre outros. Disney e Marvel anunciaram que os acionistas da Marvel receberão 30 dólares por título em dinheiro e aproximadamente 0,745 de ação da Disney por cada ação da Marvel.

Com base na cotação de fechamento da ação da Disney na sexta-feira passada, o valor da negociação é de 50 dólares por cada ação da Marvel ou aproximadamente quatro bilhões de dólares. Perlmutter continuará supervisionando as propriedades da Marvel, que incluem Marvel Studios, Marvel Animation e Marvel Comics, e "trabalhará diretamente com linhas globais de negócios da Disney para (...) integrar o patrimônio da Marvel", completa o comunicado.

(* Com informações da AFP)


Eu nunca vou me esquecer do fato de J. R. R. Tolkien ter deixado em seu testamento uma condição muito clara quanto aos direitos de seu maior sucesso, "O Senhor dos Anéis": o de que ele nunca fosse repassado à Disney ou a qualquer uma de suas subsidiárias ou empresas para qualquer tipo de adaptação.

O motivo é bastante claro se você assistir às adaptações que a Disney costumava (e costuma) fazer. Veja "O Caldeirão Mágico", uma adaptação que ela realizou sobre os 2 primeiros livros da série "As Crônicas de Prydain", de Lloyd Alexander (os quais li todos). A Disney defecou em cima da obra! Descaracterizou personagens, mudou a trama e colocou seu "padrão de qualidade", fazendo um belo exemplo de animação Disney, mas com uma história muito infantil. Seria como adaptar "Star Trek" para crianças de 6 a 10 anos de idade. Os personagens cantariam em certos trechos, muitas tramas desapareceriam e seriam alteradas, as crianças iam adorar mas seria uma descaracterização imensa da obra original, a tal ponto de ser classificada como sacrilégio.

A Disney tem uma imagem a zelar, tem um público. Ela tem um tipo de identidade conceitual, uma forma de contar histórias, que é muito forte e é mantida como aquilo que faz dela o que ela é. Não tiro dela este mérito. É uma empresa enorme, um conglomerado de entretenimento que faz games, cinema, animação, quadrinhos, livros, parques de diversão e nem sei mais o que.

Comprar direitos e alterar obras no entanto é um de seus "modo operante". E é por isso que eu fico preocupado com esta notícia. A curto e médio prazo nada mudará, mas a longo prazo fico imaginando como será o Wolverine da Disney, ou o Hulk, ou os X-Men. Já pensou em incluir o personagem Howard (O Super Pato) em Patópolis?

Mas ao mesmo tempo tenho algumas esperanças. Fico pensando se a Disney não está comprando a marca Marvel justamente para fazer coisas que ela não podia fazer sob a marca Disney, ou seja, atingir um público adolescente e adulto. Quem sabe eles não fazem as coisas certas? Já imaginou filmes dos X-Men feitos pela Pixar (que faz parte do conglomerado Disney)? Seria demais!

Infelizmente a esperança em casos como este parecem sempre tolas. O que eles querem é fazer dinheiro. E se acharem que terão que violar a integridade ideológica da Casa das Idéias em um estupro conceitual, não pensarão duas vezes para tal.

28 de agosto de 2009

RIBA - ROBÔ ENFERMEIRO



Empresa do Japão cria robô enfermeiro
fonte: TERRA/BBC Brasil

Uma empresa no Japão desenvolveu um robô enfermeiro que pode levantar e carregar pessoas que têm problemas para se locomover sozinhas, como idosos e deficientes físicos.

» Robô desenvolvido nos EUA trata soldados feridos a distância
» Robô-cozinheiro faz macarrão em restaurante no Japão
» Menor robô do mundo é mostrado por fabricante japonês
» Robô agiliza distribuição de remédios em hospitais

O robô aumentaria a mobilidade dessas pessoas e reduziria o esforço daqueles que cuidam delas.

Chamado de RIBA (Robô para Assistência Interativa ao Corpo), ele pode erguer uma pessoa de até 61 kg de uma cama ou de uma cadeira de rodas usando os braços.

"O Japão é uma sociedade em processo de envelhecimento, e a demanda para o cuidado de idosos, como levantá-los da cama ou da cadeira de rodas, vem crescendo" diz Toshiharu Mukai, chefe da equipe que criou o robô.

O RIBA é semiautomático, o que diminui o risco de acidentes. Sensores nos braços e no peito do robô permitem que ele seja controlado por enfermeiros com apenas um toque, para ajustar o movimento e a direção.

Os sensores também detectam o peso da pessoa nos braços do robô e calculam como esse peso deve ser distribuído.

Os criadores dizem que ainda não têm planos de colocar o robô no mercado, mas esperam que em um futuro próximo a tecnologia possa ajudar a população idosa do país.

27 de agosto de 2009

A FLOR ROXA NO CORAÇÃO DO TROUXA

Tem algumas coisas inexplicáveis na vida, não é mesmo? Uma delas é o comportamento humano. O feminino, para ser mais preciso. Que fazem com que os homens se comportem como os mais completos trouxas (pelo menos até aprender essa verdade).

Quando eu estava no colegial (antigo ensino médio), tinha uma garota por quem eu peguei a maior paixão. Eu babava por ela, literalmente. E por incrível que pareça, ela dava bola para mim! Isso era o máximo!

Eu achava que era muito tímido, então demorei mais de um ano para conseguir me aproximar dela. Na verdade descobri agora, fazendo terapia, que meu problema não é e nem era timidez, mas sim medo e dificuldades de me relacionar com as pessoas por causa de algumas coisas ruins que ocorreram comigo quando eu era moleque. Tipo apanhar da professora, ser ridicularizado, ao sofrer bullying, etc.

De qualquer forma, o que aconteceu é que eu quis me declarar para a menina, todo apaixonado. E sabe o que ela fez? Me evitou a todo custo, e parou de me dar bola. Quando eu consegui falar com ela, sabe o que ela me disse? “Eu não quero ouvir o que você tem para me falar”. Tipo, ela já sabia do que eu ia falar, e ainda assim foi estúpida a beça comigo! Ou seja, só queria SABER que tinha alguém a fim dela, coisa que mais tarde eu percebi ser o modo-operante de muitas mulheres que não valem nem a comida que defecam. Elas querem se sentir poderosas. É a mesma coisa que os homens de pênis pequeno fazem ao comprar um carro super hiper mega poderoso: é para compensar alguma deficiência, mesmo que psicológica.

Eu não era naquela época como sou hoje. Para ser sincero, hoje eu sou como sou por causa de um monte de coisas semelhantes a esta que ocorreram comigo. O que eu devia ter feito é ter lidado com aquilo de uma maneira adulta, ou seja: humilhá-la de alguma forma que a traumatizaria para todo o sempre.

Tá bom, não é o certo a ser feito, mas é o que eu gostaria de fazer. Mas eu não fiz isso.

Na verdade o que eu fiz foi nunca, NUNCA MAIS falar com ela, ou olhar na cara dela, ou pensar nela. Simplesmente a apaguei da minha mente e do meu coração. Foi a primeira vez que eu fiz isso, e obviamente doeu bastante, além de demorar alguns meses. Mas depois eu me acostumei, sabe? E o pior é que recorri a essa técnica muitas outras vezes em situações semelhantes e diferentes, ficando cada vez mais expert nessa operação.

Minha determinação em não ter que olhar mais para a cara daquela pobre menina (que hoje deve estar com 5 filhos morando em um barraco com seu marido pedreiro em alguma favela) foi tanta que eu sistematicamente cometi auto-sabotagem, e reprovei de ano só para não ter que ficar na mesma sala que aquela babaca. E é por causa disso que eu digo que eu fui um completo trouxa, porque mulher nenhuma nesse mundo merecia algo sequer parecido com isso. Quem devia ter reprovado era ela!

Mas para você ver como Deus é imensamente bondoso, sábio e que tem senso de humor: ao reprovar de ano por causa daquela biscate eu tive que refazer o 2º ano do colegial e assim estudar com outra turma, aonde conheci minha esposa, que é muito mais bonita, inteligente, amável e talentosa do que aquela moradora de periferia (no sentido literal do termo) jamais deve ter sido.

Queria ver a cara dessa garota hoje... Não! Pensando bem, eu não queria isso não.

O que eu queria é que ela visse a minha cara.

26 de agosto de 2009

O GATO SEM CABEÇA

Uma noite eu e meu irmão Leandro estávamos brincando na parte externa da nossa casa. A gente tinha um vizinho, que era negro filho de escravos. Ou seja: ele era muito, muito velho, e devia ter Alzheimer, porque era bem estranho e debilitado mentalmente; Por causa da situação dele eu morria de medo (criança é uma desgraça mesmo).

O muro que separava nossas casas era baixinho, então dependendo de quem andava na casa dele, a gente via a parte de cima da cabeça.

Bom, nessa noite a gente estava brincando ali numa boa, quando de repente eu noto com o canto do olho “algo” andando sob o muro. Indico aquilo para o meu irmão e pergunto, já meio apavorado: “O que é aquilo ali?!?!”.

Meu irmão olha, fica quieto por uns segundos (deve ter dado um curto no cérebro dele também) e então fala: “Ah, deve ser alguém ai na casa do seu Florêncio passando...”. Ele estava querendo me enganar para se enganar também. Estava escuro a beça do lado de fora, não dava pra ver nada só com a luz fraca que vinha do poste na frente de casa. O que a gente via era uma silhueta negra e gorda, toda redonda, do tamanho de um gato grande, se balançando sobre o muro, vindo em nossa direção.

Quando chegou bem perto, eu falei “Não é gente não, ta em cima do muro!”. Ai meu irmão, morrendo de medo também, gritou: “É UM GATO SEM CABEÇA!!!”. E saiu correndo pra dentro de casa. E eu sai correndo atrás dele.

Minha mãe saiu para ver o que era, com uma vassoura na mão. Foi quando ela voltou aliviada e disse para mim e para o meu irmão: “Seus malucos! ERA SÓ UM OURIÇO!!!”.



E desde então eu aprendi o que era um ouriço mamífero, porque até aquele momento eu só conhecia o ouriço marinho.


25 de agosto de 2009

AGONIA MODERNA

Eu não posso usar minha criatividade sob pena de não ser compreendido. Eu não posso falar o que penso porque minha opinião não interessa a ninguém além de mim mesmo. Eu não posso me comportar naturalmente porque o meu natural é amoral perante um mundo imoral. Eu não posso fugir porque não tenho para onde ir. Eu não posso enlouquecer porque se não vão me prender.


A vida é um eterno “se adaptar”. Mas estou cansado de mudar. Sou estrutura rígida, não maleável. Sou um tronco seco e não um ramo tenro. Sou concreto seco e não massa de modelar. Quero mudar o mundo ao fazer o mundo deixar de mudar.


Sou forçado a seguir o que os outros pensam porque eu mesmo não penso nada. Não que eu não pense, penso sim senhor. Mas meus pensamentos sempre são pensamentos diferentes dos demais, e todos defendem suas misérias intelectuais de forma tão sagaz que eu não consigo me animar a lutar a batalha das ideologias, e derramar meu rico sangue ideológico por alguma causa.


As pessoas me assustam, vivo com medo, até de mim mesmo. Não gosto de ser como sou. Mas como vou mudar o que é imutável? Como posso deixar de ser eu mesmo? E como sobreviver sendo quem eu sou?

A NECESSIDADE DE UMA NOVA METODOLOGIA

Se você não é da área de informática, provavelmente não sabe o que significa UML.

UML é uma sigla para "Unified Modeling Language", ou em português “Linguagem de Modelagem Unificada”. É uma linguagem padrão de diagramas e documentação que lhe permite especificar sistemas de uma forma coesa e compreensível a todos os envolvidos no projeto, sejam ele computacionais ou não. Mas eu duvido muito que alguém use isso para qualquer coisa não computacional, e você vai entender o porque mais diante.

Antes de começar, quero falar que sou usuário da linguagem UML há cerca de 6 anos, então não sou nenhum recém-formado na faculdade que está revoltado com uma coisa sem tê-la experimentado bastante. Eu uso UML quase todo dia.

O fato é que a UML é vendida como a salvação da lavoura, o método definitivo para fazer a especificação de sistemas e soluções, e que é perfeito para esta missão. Há ai um enorme engano. A UML funciona muito bem para quem a conhece bem, ou seja, para o pessoal técnico, para os programadores, para nós, analistas de sistemas, arquitetos de solução, engenheiros de software, etc.

Para o usuário final, ou seja, para a pessoa mais importante de todas na cadeia de construção de sistemas, aquela que demanda o serviço, que origina a demanda e para quem o sistema é feito, a UML não significa absolutamente nada! Não importa se você usa Rational Rose, Jude, Argo, papel de pão ou qualquer outra ferramenta representativa. O problema é conceitual e não de execução.

Se você trabalha em uma fábrica de software com conceitos de produto (como a Microsoft, Oracle, Sun, etc) você não precisa se preocupar com esse artigo, porque você trabalha em um universo totalmente diferente. Você não faz software sob encomenda, você faz prospecção de mercado e implementa ferramentas com soluções amplas que atendam a aquela demanda de maneira bem abrangente. Você domina um nicho de mercado, você atua em uma área de negócio bem específica a qual destrincha dia após dia, e evolui com ela, aprendendo e reutilizando conhecimento adquirido para tal.

Mas para pessoas como eu, que trabalham apenas com software sob encomenda, atacando nichos diferentes todos os dias, sem tempo de se especializar em um único ramo de negócio, fica aqui minha opinião: estou convencido de que a UML mais atrapalha do que ajuda quanto ao relacionamento que você tem com seu cliente.

Cito alguns casos pelos quais infelizmente passei. Meus clientes simplesmente não entendem a especificação do sistema, por mais claros que estejam os diagramas de casos de uso e suas descrições, por mais lógicos que sejam os diagramas de seqüência e de atividades, por mais elaborados e detalhados que estejam os diagramas de classe (que nem deve ser mostrado ao usuário sob pena de ouvir coisas como "não faço a menor idéia do que isso representa").

Você não pode se apoiar na UML para validar sua especificação com o cliente porque ele até vai lhe dizer que entendeu, mas no fundo, não entendeu nada, e na hora de validar o sistema de fato os problemas vão começar a aparecer e você terá muitas dores de cabeça para solucionar cada ponto, porque a especificação terá sido aprovada sem de fato o cliente se dar conta de que ali haviam regras de negócio e fluxos de trabalho completamente fora da realidade que ele havia imaginado.

Você pode falar que seu usuário é burro por causa disso? De forma alguma! Existe uma tendência dos especialistas em achar que os usuários são ignorantes, burros ou mal intencionados, quando na verdade tudo o que eles querem é uma solução para alguma situação crítica em seu cotidiano, e são então bombardeados com especificaçõs que não entendem. O que acontece é que eles simplesmente não pensam como nós. Se pensassem, não precisariam de analistas e programadores, porque eles mesmos resolveriam seus problemas.

Diante disso fica um impasse, cuja solução é bastante simples, porém de complexa execução: é preciso que o usuário, o seu cliente, entenda o que está sendo proposto em termos de solução de uma maneira muito mais clara do que a UML jamais poderá expor. Como fazê-lo entender então?

Muitos usuários (99,9%) só conseguem entender o que você havia especificado quando a solução está de fato pronta. Ou seja, quando eles vêem a tela, quando clicam nos botões, quando vêem a navegabilidade, quando acessam o dito cujo é que conseguem entender. Ou seja: os usuários em sua grande maioria não consegue visualizar algo tão abstrato quanto um software enquanto ele não existe!

Os profissionais de informática são formados para pensar em coisas extremamente abstratas e concebê-las no reino da abstração, então para nós esta tarefa é tão natural que achamos que isso faz parte da própria capacidade humana de pensar. Mas não é. E está mais do que na hora de se assumir isso.

Isso não faz de nós melhores do que qualquer outro ser humano, apenas somos mais especializados em uma atividade a mais neste mundo, assim como existem muitos profissionais especializados em coisas das quais nem sabemos, mas que precisamos. O que temos que saber é como traduzir estes conceitos abstratos para uma linguagem que as pessoas comuns possam entender claramente. E esta linguagem com toda certeza não é a UML, pelo menos não sozinha.

A UML nasceu do conceito de orientação a objetos, que por sua vez bate no peito e proclama ser a mais natural das formas de representação da realidade porque vê as coisas como objetos reais, com formas, atributos e capacidades. Isso é válido. Mas eles se esquecem que a mente humana pensa não orientada a objetos, com classes e métodos que podem ser acionadas em qualquer instante do tempo, mas sim de forma estruturada temporal. A orientação a objetos tem seu conjunto de diagramas seqüenciais, mas estes são abstratos demais para que os usuários os entendam claramente.

Vivemos em um universo temporal. Isso significa que a natureza dotou nossos cérebros de uma percepção temporal, ou seja, com o tempo andando em uma só direção, e com todos os eventos que vivenciamos tendo começo, meio e fim, com eventos podendo ocorrer em paralelo (eu posso estar indo para o trabalho ao mesmo tempo em que escuto música por exemplo). Volto a falar que a UML e a orientação a objetos podem representar isso claramente para pessoas nelas muito bem treinadas, mas não a pessoas comuns, não aos usuários. Eles precisam de algo mais natural e palpável para entender uma proposta de solução, uma especificação de requisitos, uma modelagem de um sistema.

O que os usuários precisam é de protótipos funcionais. Telas navegáveis e com um grau mínimo de exemplificação de regras de negócio e sequenciamento, simulando como o sistema se comportará quando constituído.

Mas protótipos funcionais tem um grave problema: demoram para serem feitos, portanto são caros, e são vistos por muitas empresas de software como um artefato arriscado em termos comerciais, pois ele ocorreria em um momento de fragilidade aonde o usuário ainda não tem nenhum compromisso em contratar seus serviços: no levantamento inicial.

Muitas empresas fazem protótipos apenas após o contrato assinado, na fase de detalhamento e especificação, mas fazer um protótipo neste momento pode muito bem demonstrar que o levantamento inicial ocorreu de maneira muito rasa, de forma que ocorre a partir desta prototipação uma alteração de escopo de projeto, exigindo adendos de contrato e revisão de valores e cronogramas, em uma fase de renegociação que muitas vezes é estressante para todos, e que não raras vezes acaba com a dissolução do negócio e a frustração de ambas as partes. E isso é péssimo.

O ideal em termos técnicos é que a prototipação seja feita antes da especificação, ou seja, que faça parte do levantamento de requisitos e sirva como delimitador do que será feito dentro da proposta apresentada em todo o decorrer do projeto se ele vier a ser aprovado.

Isso só seria possível se o levantamento inicial deixasse de ser “sem compromisso”, e passasse a ter um valor-hora cobrado, bem abaixo do valor-hora das fases de especificação e codificação. Um valor-hora "de custo", que zere prejuízos mas que não vise lucro, afinal o lucro só deve ser planejado sob projetos contratados, e o levantamento inicial não é um projeto por si só, mas sim um gerador deste.

Minha conclusão é a de que a UML é insuficiente para validações com clientes. Ela se apresenta como uma ótima ferramenta de especificação equipe-equipe, mas não é uma boa solução equipe-cliente. Na verdade a prototipação funcional é uma ferramenta tão clara para o cliente que deve ser fortemente considerada a ser utilizada como ferramenta de levantamento inicial.

Os custos do uso da prototipação funcional podem ser altos e aumentar o valor do projeto no seu começo. Mas o ganho que ela dará ao seu projeto evitando replanejamentos, correções e ajustes futuros por causa de lacunas no levantamento inicial e na especificação darão um ganho considerável a ele em sua finalização, acabando por proporcionar um ganho e não uma perda em seus custos de desenvolvimento.

O FILME DA LONTRA

Essa o meu irmão, quando ler, vai pirar. Esse é provavelmente uma das histórias mais antigas que eu tenho, ao lado da história do E.T..


Eu não sei quem era o responsável por escolher os filmes da Sessão da Tarde na rede globo nos anos 80, quando eu era criança. Haviam algumas pérolas ali, mas pensando bem hoje, os filmes eram muito, MUITO DEPRESSIVOS (será que isso está ligado á minha depressão?).


Bom, um monte de vezes eles passaram este filme da lontra, que eu descobri agora ser um filme de 1969 chamado RING OF BRIGHT WATER (no Brasil ele teve dois nomes: “Minha Amiga Lontra” e “A Lontra Travessa”), baseada na história real de um cara chamado Gavin Maxwell, que realmente conviveu com lontras durante anos, e que é conhecido por disseminar conhecimento sobre estes animais. Ele teve uma morte trágica no mesmo ano em que este filme foi lançado.



Eu não me lembro de quase nada da história. O que lembro vou contar:


Um cara tem uma lontra. Ele passa altos problemas devido a ela, que arma muita encrenca. Ele fica deprimido por causa disso. Tem-se um conflito (não real, mas um conflito aonde o personagem tem que resolver seus problemas na trama). Depois e muito trabalho ele resolve a treta. Então, andando por uma estrada com a lontra, todo feliz da vida por ter resolvido tudo finalmente, brincando com ela, a lontra entra em uma valeta que um homem estava cavando com uma picareta.


O HOMEM METE A PICARETA NA CABEÇA DA LONTRA. A LONTRA MORRE DE UMA FORMA HORRÍVEL. O CARA FICA DESESPERADO COM A LONTRA MORTA. O CARA DA PICARETA PEDE DESCULPAS E VOLTA AO TRABALHO. FIM!!!


MEU DEUS! Isso lá é filme pra se passar para uma criança ver??? Eu fiquei deprimido a beça com essa história!!! Devo ter chorado muito! Hoje vi a classificação do filme no IMDB e lá diz que o filme é UMA COMÉDIA!!! Dramática, mas ainda assim, comédia!


Eu vi “Pequena Miss Sunshine”. Eu vi “Os Excêntricos Tenenbaums”. Aquilo sim são comédias dramáticas. Agora chamar Ring of the Bright Water de “comédia dramática” é demais... devia ser chamado de “drama sarcástico”, porque o sarcasmo é fazer você se apaixonar pela lontra e depois vê-la morrer com uma picareta na cabeça.

24 de agosto de 2009

OUVINDO VOZES

Quando eu tinha entre 17 e 18 anos eu trabalhava para uma cliente do meu pai fazendo arte para impressos, em uma gráfica. Na verdade trabalhava na casa desta pessoa, em um quarto nos fundos. As vezes eu tinha que ficar até mais tarde e eles saiam de noite para fazer alguma coisa (festas, sei lá), e eu ficava lá sozinho, trancado. Era meio estranho, mas eu precisava do trabalho na ocasião para aprender...


Bom, certa vez eu estava lá sozinho. Estava fazendo meu trabalho no Corel Draw!, com um computador pra lá de lerdo que não tinha multimídia na época, nem nada, quando, no meio daquela noite muito silenciosa, em que eu podia ouvir minha própria respiração, eu escutei claramente um sussurro, como se fosse em meu ouvido: “... daniel...”.


Foi tão claro que eu não parei para pensar, simplesmente respondi: “Fala”. E não obtive resposta alguma.

Achando que o filho do meu chefe estava fazendo alguma brincadeira comigo (ele era gente boa, mas nunca se sabe né?) eu sai rapidamente do quarto e vi que nos fundos da casa estava tudo escuro e silencioso. Não havia ninguém na casa. Estava tudo trancado e quieto. Não ouvi barulhos de passos nem nada. Estava só.


Olhei para o céu: não havia nenhuma luz estranha, então não podiam ser OVNI´s. Nem poderiam ter sido os cachorros da família, porque eles não sabiam falar (acho). Então um arrepio percorreu a minha espinha, pois me dava conta de que existiam poucas explicações para aquele fato.


Ou eu estava ficando esquizofrênico e começava a ouvir vozes em minha mente, ou tinha sido um fantasma/demônio/espírito. De fato, falei com alguém sobre isso certa vez e me disseram que se eu ouvisse a voz de novo, que não deveria responder, e deveria fingir que não havia ouvido nada.


Alguns minutos depois meus empregadores chegaram e eu pude ir embora. Mas foram minutos horripilantes em que eu fiquei temendo ouvir aquela voz de novo.

23 de agosto de 2009

A VEZ EM QUE EU TOMEI MUITO SOL E QUASE FIQUEI LOUCO

Teve um encontro da igreja que eu e minha esposa (na época namorada) freqüentávamos que foi em uma chácara. Com piscina. Eu odeio piscina hoje em dia, e este evento foi um dos que me motivaram a tal.


O dia estava meio nublado, mas estava quente. Por causa disso eu fiz uma das maiores burradas que alguém pode fazer em uma situação dessas: eu tirei a camisa. Pô, sou filho de caiçara!!! Como não fui me lembrar do fator mormaço???


O dia passou numa boa, muito refrigerante e churrasco, muita diversão e conversa. Tudo muito bom. Até que o dia acabou e eu fui pra casa. No dia seguinte me olhei no espelho e então me toquei que eu não estava com a pele vermelha, mas sim roxa. Nas costas, no peito e nos ombros. E o pior, começava a sentir uma coceira indescritível.


Quando eu tentava coçar, uma dor terrível surgia no loca, porque a pele estava muito, muito queimada. E ai, ao perceber que eu não poderia coçar direito é que a coceira começou a se transformar em comichões insuportáveis.


Olha... foi uma das piores agonias que eu já senti. Minha mãe viu minha aflição e encheu a banheira de casa (sim, é uma casa velha e tinha banheira), colocando maisena (!!!) na água. Entrei ali, mas não adiantava nada. A coceira só piorava, e doía cada vez mais. Em sai correndo pela casa, pulando de desespero, chorando sem saber o que fazer. Eu corria de um lado para o outro, me coçava e gritava de dor e de mais coçeira que surgia. Com a atividade física o sangue começou a circular mais rápido e tudo ficou ainda pior.


Meu pai pegou um copo de whisky e me deu para beber. Eu ODEIO whisky, mas bebi, porque fazia um certo sentido (o álcool ia me deixar mais calmo e a coceira ia se acalmar). Mas não adiantou nada. Continuei correndo por toda a casa, minha mãe atrás de mim sem saber o que fazer e meu irmão cascando o bico.


Voltei para o chuveiro, e lasquei água fria em cima de mim. Acho que ai o whisky começou a fazer efeito, e a coceira foi parando. Quase fiquei louco, sério. Eu já cogitava sair correndo pela rua, pelado, para um carro me atropelar e acabar com minha agonia.


Moral da história: nunca mais tomei sol na vida sem proteção. Na maioria das vezes eu simplesmente evito me expor a ele (o que é muito sábio), ou quando não tenho escapatória, passo protetor fator 50.

22 de agosto de 2009

UM DOS MEUS MAIORES VEXAMES PÚBLICOS

No final dos anos 90 eu ainda não era convertido, mas não era um cara de se meter em problemas. No entanto, vivia meio deprimido por um só fato: eu não arrumava mulher nem pagando. Quer dizer, nunca procurei uma que aceitasse pagamento, mas acho que mesmo estas não iam querer trabalhar para mim porque eu devia ter alguma uruca. Não era feito nem chato, sabe? Só era meio recluso. Sei lá, enfim...


No meio dessa pindaíba toda, um amigo meu (o Ricardo, o mesmo do Marins) me chamou para fazer uma das viagens mais bacanas que eu já fiz na vida: ir passar um feriado acampando em Trindade, perto de Paraty, RJ.


O lugar é lindo de morrer, e acampamos na areia da praia. Haviam campings controlados pelos pescadores que moravam lá. Chegamos de madrugada, montamos nossas barracas e desmoronamos. Amanheceu, o sol lindo de morrer, e o Ricardo e o MAD (estávamos em 5, tinha também a Bel, namorada do Ricardo, uma amiga dela e o MAD) estavam cortando limão para tomar com tequila e comer amendoim. DE CAFÉ DA MANHÃ.


Eu entrei na dança. O esquema era jogar sal no limão, chupar e então beber a tequila, direto na garrafa. Comíamos uns amendoins para forrar o estômago. E assim fomos.


Chegou uma hora que eu perdi o controle e não me lembro bem o que aconteceu. Lembro que o Ricardo se levantou para fazer alguma coisa, e o MAD foi junto. Fiquei eu, meia garrafa de tequila, uns limões e uns amendoins. Eu já estava ruim, e por isso mesmo é que fiz uma burrada imensa: continuei a tomar, chupar limão e comer amendoim.


De repente eu me dei conta de que estava muito mal. O mundo girava, e parecia que eu estava dormindo, só que acordado. Olhei para a garrafa e me assustei. Juro que para mim não tinha se passado nem 2 minutos, mas havia ali só um dedo de tequila! Ou eu tinha tomado mais de meia garrafa sozinho, em menos de uma hora, ou a tequila era tão etílica que evaporou rapidamente.


Lembro que me levantei, e ai o mundo girou de vez. É uma sensação terrível! Comecei a andar com a garrafa na mão sem saber o que fazer, mas me lembro que eu pensava “Anda reto, não cambaleie, não dê na cara, olha a vergonha!”.


Hoje eu tenho CERTEZA que qualquer um podia ver que eu estava MUITO bêbado. Eu me encontrei com a Bel, que falava com a amiga dela. Ao me ver, ela se assustou. Eu entreguei a garrafa na mão dela e disse algo como “Toma isso que eu não estou conseguindo parar de beber”. E nisso cambaleei de volta para a minha barraca, porque de repente um sono inacreditável me possuiu. Devia ser um coma alcoólico se aproximando, e um coma alcoólico em um lugar que nem um posto de saúde tinha devia ser algo muito perigoso.


Me joguei dentro da minha barraca e apaguei na hora. De repente, sei lá quanto tempo depois, o Ricardo veio na minha barraca gritando, acho que já imaginando o pior. Ele bateu na barraca e me mandou sair de lá imediatamente. Eu resmunguei alguma coisa, e ele não teve dúvida: com sua delicadeza usual, abriu a barraca, me pegou pelos pés e me arrastou pra fora com uma força tremenda. Eu gritava falando “PARA! PARA QUE EU VOU VOMITAR!”.


Ao ser arrastado para fora, eu fiquei de joelhos no meio do acampamento. Todos estavam olhando para mim, e quando eu digo todos, eram TODOS mesmo. O camping inteiro. Alguns segundos ali e então toda aquela tequila com limão e amendoim se revoltaram e quiseram me abandonar. Vomitei fartamente na areia da praia, ajoelhado, diante de umas 50 pessoas que começaram a rir da minha cara descontroladamente.


Me lembro que quando eu terminei, enterrei o vômito que nem um gato faz com suas necessidades, e então o Ricardo me levantou com a mesma delicadeza (já devia estar se perguntando porque diabos havia me chamado para ir com ele) e me arrastou para fora do camping, falando que a gente tinha que andar e que eu tinha que comer alguma coisa.


Passei o resto do dia completamente zumbi. Mal consegui comer, e naquele resto do feriado (era o primeiro dia) eu não bebi mais nada. Se tinha alguma garota de olho em mim naquela viagem, eu havia exterminado qualquer chance com ela naquele instante (minha esposa falaria “ainda bem”).


Desde aquela ocasião eu não bebi mais tequila. Mas sempre desconfiei que o problema devia ser com o limão.

Sem defender o consumo de bebida, mas verdade seja dita: essa maldita ocasião me ensinou a beber, e eu nunca mais tive problemas com a bebida.

O DIA EM QUE DEI UM TIRO NA MINHA PRIMA

Meus irmãos tinham, nos anos 90, daquelas armas de brinquedo que pareciam de verdade, e que atiravam bolinhas de plástico. Eram perfeitas, tanto que a polícia proibiu a venda delas no país porque tinha gente as usando em assaltos, e a maioria das pessoas não era capaz de diferenciá-las de armas de verdade.


Na festa de formatura da faculdade do meu irmão mais velho veio a família toda para prestigiar. E eu não sei porque cargas d'água eu resolvi dar um susto na minha prima. Provavelmente uma babaquice passageira. Peguei a Beretta 92S de brinquedo do meu irmão, tirei o pente dela e vi que não havia nenhuma bolinha. Pensei que assim seria seguro usá-la para assustar minha prima.


Armei a arma e pulei dento do quarto aonde ela estava conversando com minha mãe e com minhas outras primas. Mirei e atirei. O que eu não sabia é que tinha uma bola na agulha. Meu Deus do céu, foi um desespero total!!! Minha prima levou o tiro da bola de plástico bem no peito, acima do seio. Fez uma cara de que estava morrendo, ela e todo mundo gritou, fui xingado até por minha mãe, e fiquei sem saber o que fazer, me sentindo o maior idiota da Terra.


Depois minha prima deu risada e me disse que pensou que tinha levado um tiro de verdade, e que tinha ficado desesperada por causa disso (ainda bem que ela é bem-humorada, porque hoje ela é advogada e poderia me processar). No final das contas eu implorei perdão, tomei uns 2 copos de vinho para ficar meio groge e superar aquilo tudo, e no fim tudo ficou bem, fora uma marquinha que ficou na minha prima por conta da bolinha. Sumiu uns 3 dias depois.


Mas no final, meu objetivo foi atingido: eu realmente dei um baita susto nela, e por tabela em todo mundo que estava presente.

21 de agosto de 2009

QUANDO EU LEVEI UM SOCO NA CARA POR NADA

Moleque é uma desgraça, né? Me lembro com amargura dos meus anos de escola. Não pela escola em si, mas pela companhia “agradável” daqueles pequenos bastardos a quem eu chamava de colegas. OK, tive bons amigos com os quais ainda falo bastante, como o Ricardo e o Antônio, mas que a maioria eu nem lembro nome, é fato.


Essa história é curta: teve um dia, quando eu estava na 5ª ou 6ª série (não lembro) em que eu estava andando tranqüilamente pelos corredores da escola após o intervalo, voltando para a sala de aula, quando o Eli, o maior moleque da minha classe (e também o mais bobo) me abordou todo nervoso falando: “Você chamou a minha mãe de puta!”. E então meteu um socão na minha cara.


O detalhe é que eu não entendi nada. Por alguns instantes pensei se eu tinha xingado a mãe de alguém, mas não me lembrava de nada. Sai chorando e fui passar água no olho, que estava doendo. Alguém viu e chamou o meu irmão, que estudava na mesma escola, mas estava uns 2 ou 3 anos na minha frente porque era mais velho que eu.


Ele veio e pegou este tal de Eli, falando pra ele nunca mais encostar um dedo em mim, porque se não "sangue iria rolar" (nessas horas é bom ter irmão mais velho pra tocar o terror, ele nunca faria isso, mas conseguiu assustar o moleque).


Depois eu fui saber o motivo daquilo tudo: um outro moleque foi falar para o Eli que eu tinha xingado a mãe dele, mas eu não tinha. A troco do que ele fez isso eu não sei até hoje. Só sei que o Eli me pediu desculpas depois, não sei se por perceber a idiotice que fez ou se por medo do meu irmão.


Mas uma coisa eu aprendi naquele dia: você pode fazer tudo certo na sua vida, ser uma pessoa honesta e direita, mas sempre, SEMPRE tem um desgraçado querendo te ferrar a troco de nada.

Sabe, se eu tivesse feito alguma coisa contra ele, até entenderia aquela porrada. Mas eu não tinha feito nada! Agora eu me lembro bem porque queria tanto virar adulto naquela época: eu já não entendia o que passava pela cabeça das pessoas nesta idade.

20 de agosto de 2009

QUANDO A MORTE FUNGOU NO MEU CANGOTE

Eu sempre fui um cara comportado, mas houveram duas vezes em que eu quase morri. Em uma eu me machuquei muito, na outra milagrosamente não me aconteceu nada.


A primeira vez foi quando a rua da minha casa ficou bloqueada por meses a fio, porque para chegar no nosso bairro era preciso passar por uma ponte sobre um ribeirão e a ponte estava velha, de tal forma que a derrubaram para construir outra no lugar. Assim, nós crianças ficávamos brincando ali, livres, sem carros para nos preocupar.


A rua em si fica em uma enorme ladeira, e era de paralelepípedos. Eu andava de bicicleta havia pouco tempo, mas adorava fazer isso. Só que eu não tinha bicicleta. Quem tinha era meu irmão, o Leandro. Aquela freestyle azul era o xodó dele. Mas ele me deixava andar nela de vez em quando, pra infelicidade dele.


Um dia meus primos e primas de Santos estavam em casa para passar um feriado, e estávamos todos brincando na rua, empinando pipa, brincando de pique-esconde, estas coisas. Foi quando eu tive uma idéia genial: vou pegar a bicicleta e descer com tudo, e mostrar pras chatas das minhas primas que eu sou fera sobe duas rodas (pensei nisso porque ela viviam me importunando, porque eu já era meio gordinho na época).


Minha mãe sempre me falava para descer sem pedalar, e freando. Imagina se eu pensei no motivo dela me falar aquilo naquele momento... não lembrava de nada, e nem de ninguém naquele instante. Eu só pensava em mim, na bicicleta do meu irmão e nos paralelepípedos. Subi até o topo da ladeira, olhei para todos lá em baixo, e então comecei a pedalar com toda a força que tinha nas minhas pernas. Aquela era a hora da verdade, quando eu ia fazer todo mundo ali engolir aqueles apelidos idiotas que colocavam em mim. Seria o meu momento de glória, a minha redenção.


Imaginava chegar lá em baixo após quebrar a barreira do som, com a música do Top Gun tocando ao fundo, uma multidão me aplaudindo e todos falando emocionados como se sentiam orgulhosos de mim. Seria fantástico!


Quando eu cheguei mais ou menos na altura da minha casa, aonde todo mundo estava me olhando preocupado, eu gritei: “SEM FREAAAAAAR!!!”. Não devia ter feito isso. Eu olhei para eles, e perdi o controle da bicicleta. Que mané! Eu tentei estabilizá-la, mas a coisa só piorou. Foi então que eu pensei: “Ferrou! É melhor eu frear!” E então a criatura que vos escreve teve a moral de acionar o freio... DA FRENTE!


Eu devia estar a uns 40Km/h. Ao travar a roda da frente em uma descida como aquela, a traseira da bicicleta passou por cima da minha cabeça, e eu fui arremessado para frente. Acho que fui o único filho da minha mãe que planou no ar por mais de 3 segundos sem ser dentro de um avião.


Após aquele tempo, que me pareceu uma eternidade, eu pousei DE BOCA NOS PARALELEPÍPEDOS. Me lembro do barulho dos meus dentes batendo nas pedras até hoje, e do meu corpo deslizando pela descida. Do início do vôo até o pouso acho que foram uns 4 ou 5 metros, e do pouso até eu efetivamente parar, deve ter rolado mais uns 5.


Disseram que eu fiquei de cara no chão por alguns segundos, imóvel. Um desespero se abateu sobre todos. Meu irmão começou a correr desesperado na minha direção, gritando. Foi neste instante que eu me levantei, olhei para os lados, me arrastei como um bebê até o meio fio, me sentei e cuspi sangue, muito sangue, e como na maioria das vezes em que estou em um momento desses, falei a coisa mais óbvia do mundo: “EU TÔ SANGRANDO!!!”.


Neste instante meu irmão mudou de rumo porque viu que eu estava vivo, e começou a correr para os restos de sua bicicleta, que estava literalmente do avesso. Ele quase chorou, de pena da bicicleta e de ódio de mim.


Milagrosamente eu não quebrei nem um osso sequer, e nem mesmo um dente! Foi naquela época, em minha pré-adolescência, que a impressão de imortalidade de mostrou mais forte em mim. Mas eu acabei me machucando bastante, e fiquei cheio de hematomas por um bom tempo. Tenho uma cicatriz grande no meu joelho até hoje fruto daquele acidente. E o pior é que o tiro saiu pela culatra, porque meus primos passaram a me zoar mais ainda depois desse mico.


Depois disso teve outra vez em que eu fui, em 2006, com uns malucos subir o Pico dos Marins. Eu já havia ido lá uma vez, mas não havíamos conseguido chegar ao cume. Na segunda vez, chegar lá era questão de honra. “Como assim vamos no Martins e não chegamos ao pico? Até crianças chegam ao pico!”.


Passei um aperto danado pra subir, cansado pra caramba. Definitivamente meu organismo nunca foi otimizado para resistência, mas sim para explosão. Nunca seria um maratonista, mas acho que teria alguma chance como velocista.


De qualquer forma subimos e dormimos lá em cima. No dia seguinte começamos a descer. Eu estava com um tênis apropriado para a ocasião, mas ele era velho, MUITO VELHO. Descer a encosta de uma montanha como aquela, que estava escorregadia por causa da neblina forte, e com um par de tênis velhos e gastos foi pedir para acontecer alguma coisa ruim. E ela aconteceu, no pior momento em que poderia ter acontecido.


Bem no começo de um declive bem acentuado (estimo entre 30º e 40º) eu perdi a aderência em um dos meus pés. Instintivamente eu tentei me equilibrar jogando um pé para frente e firmando-o no terreno a frente. Só que eu estava descendo. E estava com uma mochila pesada pra caramba nas costas. Perdi o equilíbrio, e comecei a cair para frente.


Para não cair de cara na pedra e me arrebentar todo, tentei me equilibrar dando uma acelerada pra frente e tentando firmar o pé de novo na rocha, mas ai é que eu perdi a aderência totalmente, e comecei a literalmente correr para baixo para retardar a queda inevitável.


De novo, como sempre, gritei o óbvio: “ESTOU CAÍNDO!!!!!!!”. O Ricardo, que estava comigo na época, até hoje me zoa por causa desse grito. Mas na hora ele se jogou no chão e esticou a mão para tentar me pegar, porque ele estava mais para baixo. Sabe quando você tenta pegar alguém caindo, mas suas mãos só se batem inutilmente no ar por uma fração de segundo?


Eu continuei a cair, e vi minha vida toda passar diante dos meus olhos. Percebi que o declive terminava em um pequeno precipício. Era o fim. Só sei que pela velocidade em que estava, ao flutuar (olha eu planando de novo) eu dei um mortal em pleno ar, e cai de costas bem em cima de uma tosseira, que caprichosamente amorteceu minha queda, me permitindo passar por aquele evento mortal SEM NENHUM ARRANHÃO.


Eu não acreditava naquilo. Fiquei estático por alguns segundos, pensando se eu já estava morto ou se tinha acontecido um milagre. Ao longe ouvia meus companheiros desesperados gritando por mim. É, era um milagre. Agradeci muito a Deus naquele instante e fiz um juramento de nunca mais fazer algo tão estúpido como aquilo outra vez. Me levantei e continuamos a descida. E ainda tive que ouvir bronca do pessoal reclamando pra eu tomar cuidado, que se eu me machucasse eles iam embora e iam mandar os bombeiros me resgatarem.


Vai rindo...

19 de agosto de 2009

O MEU TRAUMA DO E.T.

Quando eu tinha uns 3 ou 4 anos eu era um pivete muito simplório. Nunca tinha ido ao cinema na minha vida. Minha mãe teve então a brilhante idéia de resolver esse problema, e começou a ver quais filmes estavam passando nos cinemas na época para me levar.


Era o início dos anos 80, e o filme que estava bombando nos cinemas do mundo todo era “E.T. - O Extra Terrestre”. Era um filme com crianças (uma das crianças aliás era a Drew Barrymore com uns 4 ou 5 aninhos) e dizia a lenda que era feito para ser visto por todas as idades (crianças inclusive).


Bom, minha mãe fez que fez, e fomos nós ao cinema, que era no centro da cidade ainda. São os mesmos que hoje só passam filmes pornô, afinal todos os cinemas de verdade em Campinas migraram para os shoppings devido à violência no centro.


Lembro que antes de irmos eu perguntei que filme era, e minha mãe disse que era de um extra-terrestre bonzinho, que vinha pra terra e que um menino o ajudava. Logo imaginei o tal extra-terrestre como um anão engraçadinho e com um simpático sorriso no rosto, vestindo macacão metálico, tendo um nariz e orelhas pontudas e engraçadas, todo prateado, com um boné com antenas de bolinha. Um amiguinho e tanto!


Quando chegamos ao cinema eu fiquei encantado. “Puxa, que tela grande” eu devo ter pensado. Digo “devo” porque além de ser muito pequeno, o trauma que eu passei naquela pequena sessão do inferno deve ter causado um blackout em minha memória. Lembro de algumas coisas com clareza, mas de outras não me lembro nada. A mente humana é fantástica, ela cria proteções contra lembranças ruins.


O que aconteceu depois que nos sentamos foi o seguinte: as luzes se apagaram. Mas é óbvio! Só que eu não sabia disso. E ai meu cagaço começou. Não sei se foi antes ou depois disso, mas eu tinha um medo aterrorizante do escuro que preservei até uns 12 anos de idade. Não dormia de luz apagada nem amarrado. Sei que perguntei “mãe, não vai ficar uma luz acessa?” porque minha mãe me lembra disso até hoje.


Começou o filme. Fiquei aliviado, porque dava pra me ver e ver minha mãe do meu lado com a luz que vinha da tela. Passou os traillers, e até ai tudo beleza. Mas então começou o filme. Fiquei intrigado com aquela nave espacial, que achei até bonitinha. Mas ela então pousou, e algumas coisas horripilantes com luzes vermelhas emanando de seus peitos assustadoramente enrugados e marrons rastejaram para fora daquilo. Mãos longas com dedos demoníacos eram mostradas habilmente por Spielberg (maldito). Eu estava começando a surtar.


Acho que me mantive bem até que finalmente aquele desgraçado do E.T. foi mostrado ao vivo e a cores, com aqueles imensos olhos azuis piscando, aquela boca entre aberta com dentes horríveis, aquela cabeça medonha e aquele corpo que parecia um coco gigante. E aquele grito dele!!! Meu, eu pirei grandão!


Minha mãe me disse que nunca passou tamanha vergonha em público. Eu comecei a gritar de pavor, implorando para sair dali. Conversando hoje com minha terapeuta, eu cogito a possibilidade de que eu não tenha entendido, pela idade que eu tinha, que aquilo era um filme, e devo ter imaginado que aquele monstro do 7º círculo do inferno estava realmente ali na minha frente, e que ia vir me pegar.


Um monte de gente no cinema reclamou do meu esperneio, e eu não vi o filme. Fiquei abaixado o tempo todo, ou melhor, quase todo. Tinha partes que o E.T. não aparecia e minha mãe me dizia “pode ver agora, ele não está aparecendo”, e ai eu via, aliviado. Mas de repente o bicho aparecia de novo, e eu gritava de pânico uma vez mais, e me enfiava atrás das poltronas, me escondendo dele. Foi assim o filme inteiro. Os outros espectadores devem se lembrar deste evento amargamente até hoje. “Lembra daquele fedelho que se borrou vendo o E.T.? Coitado, deve estar gritando atá hoje!”.


Você pode achar que a história termina ai, né? Mas não termina não. Infelizmente.


Muitos e muitos anos mais tarde, quando eu já estava namorando minha esposa, num domingo a tarde, anunciou no Telecine que iam passar o maldito filme. Vi ai a oportunidade de ouro de confrontar um trauma do meu passado com uma cabeça adulta e superar isso de uma vez por todas, afinal eu nem podia nem ver uma foto do E.T. que eu ficava todo tremendo, com uma má impressão terrível. Eu tinha que mostrar que era macho pra mim mesmo. Resolvi enfrentar.


O filme começou, e eu numa boa. O E.T. apareceu, fiquei meio incomodado, mas encarei. Foi tudo bem, até a cena em que as crianças acham ele caído no riacho, branco que nem um chokito velho (lembro que eu não comia chokito porque me lembrava o E.T.). Desviei o rosto da cena por alguns segundos, e foi ai que percebi que diante de mim tinha algo contra o qual eu não podia lutar.


O filme continuou, e eu estava numa boa. Vi ele inteirinho! É um filme bonito e bem feito, mas puts... COMO O E.T. É FEIO! Sei que tem um lance por trás disso, de mostrar que as aparências não mostram o coração (que no caso do E.T. era muito bom), mas vai explicar isso para uma criança de 3 anos, ou para um adulto que se traumatizou com a criatura na mais tenra infância!


Vi o filme até o fim para ter na minha mente uma única coisa: “pronto, essa desgraça foi embora na nave espacial dele e ele NUNCA MAIS VAI VOLTAR. ESTOU LIVRE!”. Sério mesmo, encarei como uma sessão de exorcismo pessoal. Aquilo era um peso que eu tirava das minhas costas, e fiquei aliviado por ter visto o filme todo. Fui macho pra caramba.


O filme tinha acabado e ainda era luz do dia. Você acha que eu ia encarar de ver aquilo lá de noite? Nem maluco! Sai, dei um rolê, voltei pra casa, joguei um pouco... ou seja, desencanei. Fiquei de boa. E ai eu fui dormir...


Sério mesmo: eu tinha até me esquecido que tinha visto aquele filme desgraçado. Mas foi apagar a luz que meus olhos ficaram estalados, e eu não conseguia dormir. Tudo o que pensava era naquele corpo esbranquiçado do E.T. no riacho, os gritos horripilantes dele, aquela cara tenebrosa e aqueles dentes vindo me morder. Eu não consegui dormir naquele dia. O E.T. VAI VIR ME PEGAR!!!


O resultado é que o E.T. venceu e eu não preguei o olho naquela noite. Ainda não posso ver sequer imagens dele sem ter um sentimento de pânico irracional percorrer todas as células do meu corpo, e sou super impressionado com coisas ligadas a OVNI´s e extra-terrestres, creio que por causa desse filme.


Vai rindo...

18 de agosto de 2009

ADEUS A UM VELHO AMIGO (R.I.P.)


Cute Jack
Upload feito originalmente por Daniel Paixão Fontes
Hoje é um dia triste para todos na minha família, mas é especialmente triste para a minha mãe. Morreu hoje, aos 9 anos, Jack, o mini-poodle da minha mãe, seu amigo inseparável por longos anos.

O que mais espanta foi a velocidade com que a morte veio, muito rapidamente, sem maiores avisos. De uma hora para outra ele começou a vomitar sem parar, com cor esverdeada. Foi para a clínica fazer exames.

Lá detectaram problemas sérios nos rins (Nefrite). Ele estava com muita dor e lacrimejava sem parar. Deram a ele uma injeção para a dor.

Deixaram-no no soro após colher sangue para um hemograma a fim de definir o grau da insuficiência renal. Foi o tempo de ele fechar os olhos e ir embora para além das brumas da vida.

O Jack era um cãozinho sossegado e mal humorado. Não gostava muito de outros cães, nem de crianças, nem de agitos, nem de dormir tarde. Ou seja, era como eu.

Fora isso era meio neurótico e cheio de manias. Ficava lambendo as patas, e as vezes dava de morder qualquer um que tocasse nele. Chegamos a contratar os serviços de uma psicológa canina para ele por uns tempos, e até o castramos. Melhorou, mas não ficou 100%.

Tudo isso não importa muito. O que importa é que ele era o melhor amigo da minha mãe, e estava sempre ao lado dela em qualquer momento ou situação. Para isso não existe substituição.

Sei que ele faz muita falta para a minha mãe e para o meu pai. Mas espero que Deus possa consolá-los. Tem gente que fala que é errado se apegar demais a um animal assim, mas com certeza são pessoas que nunca tiveram um animal, ou se tiveram não eram eles quem cuidavam.

É impossível não se apegar a eles como nos apegamos a nossos melhores amigos. Com sua presença nos trazem as mesmas alegrias, e com sua partida, as mesmas dores.

Quem dera todos pudessem se transformar em nossos anjos da guarda...

17 de agosto de 2009

O BRASIL PRECISA DA SUA AJUDA!

Originalmente tirado do blog MUNDO GUMP.



Caros amigos, eu tenho duas coisas muito importantes para dizer a vocês. A primeira é muito boa e trata-se de uma notícia que muita gente está esperando faz tempo. Nós queremos entrar na alta velocidade!

Sim, estou falando novamente do Maglev Cobra.

Até agora estávamos trabalhando duro na elaboração do trem de operação urbana – onde estão os maiores problemas de transporte atualmente. Já recebemos aportes financeiros importantes que estão viabilizando a construção do primeiro trem operacional, que ligará os novos centros de tecnologia na cidade universitária (UFRJ), na Ilha do Fundão.

Mas a coisa felizmente está melhorando cada vez mais. Novos contatos com a Transrapid alemã já permitem a construção – com transferência de tecnologia! – de um Maglev Cobra de alta velocidade. Sim, meus amigos, estamos falando de um trem de levitação, totalmente nacional, viajando acima dos 200km/h. E o que é melhor, CUSTANDO A METADE DO PREÇO cobrado pelos TAVs, que pleiteiam este polpudo contrato, prometendo mentirosamente fazer o trem a tempo da copa de 2014.

A segunda coisa que eu quero falar com vocês é muito séria e preocupante. Infelizmente, a grande mídia não abriu a boca (estranho, não?) ainda para falar isso.

Está em curso um perverso e vergonhoso crime contra a ordem econômica. Eu não quero assistir calado uma enorme sacanagem que os espertos de sempre, esses carrapatos que mamam nosso dinheiro nas tetas polpudas do poder vem tramando. Então resolvi meter logo o dedo na ferida e que se dane!

Eu não vou fazer isso porque sou maluco, kamikase ou coisa do tipo. Eu faço isso porque sei que este blog recebe visitas de milhares de babacas inúteis e criaturas acéfalas que não fazem a menor diferença, mas ele igualmente recebe a visita de milhares de pessoas inteligentes e íntegras que não gostam de ver sacanagens grossas acontecendo. São pessoas que reconhecem e admiram o trabalho que cientistas como o Dr. Eduardo David, meu pai e o professor Richard, além de muitos outros, que dedicam suas vidas para trazer à população melhorias e qualidade de vida, buscando mudar da melhor forma a idéia errônea de nossa vocação puramente agrária, de colônia.

Todos nós sabemos que o Brasil tomou a decisão da construção de uma linha ferroviária de alta velocidade, ligando as cidades do Rio e São Paulo.

Sabemos também que grandes empresas e consórcios internacionais, de olho nesta gorda fatia, se locupletaram em arranjar e proferir aos quatro ventos que detém tecnologias de ponta, que podem vender para o Brasil.

Curiosamente, os italianos dizem que o melhor trem é o italiano. Os alemãs dizem que o melhor trem é o alemão, os Japoneses dizem que o melhor e o deles, os franceses dizem que o melhor é o francês e assim vai. (estranho seria se não fosse assim.)

Mas fica a questão: Enfim, que tecnologia é a melhor para o Brasil?

Em busca de respostas, e visando estabelecer um embasamento técnico para a ligação do Rio a São Paulo por alta velocidade, o Brasil gastou DO SEU DINHEIRO DOIS MILHÕES DE DÓLARES, contratando uma consultoria inglesa que deveria dizer enfim a melhor tecnologia para ligar Rio-São Paulo, orientando o processo de licitação, e estabelecer o traçado – veja, algo FUNDAMENTAL, onde não se poderia admitir erros.

Detalhe: coisa que meu pai, Phd em transportes com mais de 30 anos de experiência ferroviária, fez DE GRAÇA e DEU PRO GOVERNO! O governo se lixou e ele publicou em um livro.

Qual não foi nossa surpresa ao descobrirmos erros crassos nos relatórios da consultoria inglesa paga a peso de ouro, além de verdadeiras barbaridades técnicas que só podemos esperar que sejam erros de digitação – o que já, por si só, deveria ser considerado um absurdo em algo que custa dois milhões de dólares de dinheiro público.

Muitos dos furos você mesmo pode conferir em http://www.tavbrasil.gov.br/

O pior furo é o seguinte: A Consultora Halcrow-Sinergia contratada deveria produzir cinco volumes de relatórios. No site constam apenas 4, faltando o mais importante o Volume 3, que trata da modelagem econômica do projeto.

Sim, meu amigo, são dois milhões de dólares, para sonegação de informações FUNDAMENTAIS para o processo de decisão de algo tão importante para o país! Curiosamente foi a modelagem econômica, algo básico para um assunto de tamanha envergadura que não é disponibilizado. Interesse escusos? Erros do sistema? Tire suas próprias conclusões.

A consultoria internacional sugeriu um traçado absurdo, caríssimo, com túneis abaixo do nível do mar, cortando áreas de preservação pelo patrimônio Histórico e Cultural, atravessando áreas onde nem o Governo Federal tem ingerência, como na Cidade Universitária. Sem nem perguntar se podia. São bilhões de reais em desapropriações inúteis que vão nos garfar se isso for levado à cabo.

Visando os aspectos constitucionais e pretensamente democráticos, a ANTT colocou no ar o site para que os interessados possam encaminhar contribuições e sugestões das 9 horas do dia 24 de julho até as 18 horas do dia 17 de agosto de 2009, devidamente identificadas e no idioma português, de forma concisa e objetiva, por meio eletrônico, pessoalmente ou por via postal, protocoladas na ANTT, nos endereços indicados no parágrafo anterior, até o prazo estabelecido.

Mas veja que curioso, a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) quer encerrar amanhã o prazo para o cidadão reclamar ou sugerir alguma coisa, mas não se deu ao trabalho de disponibilizar as informações básicas do projeto que nós, brasileiros pagamos com o suor dos nossos impostos, que não são poucos.

Portanto, não faz sentido a ANTT encerrar o prazo de envio de sugestões em 17/08/09 da Audiência Pública, se não disponibilizou para a população todas as informações. Os 30 dias corridos deveriam ser contados a partir da publicação no site do Volume 3 que está faltando, já que trata do aspecto mais importante do projeto, que envolve $$$. (nossa!)

Todavia, é dever de cada brasileiro que tome conhecimento não deve se omitir e manifestar sua opinião claramente pela Internet. A ANTT identifica, encaminha à área técnica, registra e publica em um Relatório Final, cada sugestão recebida pelo site, no endereço: http://www.antt.gov.br/acpublicas/formulario.asp?evento=cp002/2009

No caro estudo da consultoria inglesa encomendado pelo governo, a tecnologia Maglev, que opera com sucesso na Alemanha e China e em breve nos EUA, foi preterido por ser uma tecnologia de ponta. – Sim meu amigo. É verdade. Pode acreditar.

2 – Na página 10 do Volume 2 – Estudo do Traçado, a consultora tece elogios ao sistema Maglev “que pode seguir um traçado muito mais íngreme (100%) e perfazer curvas fechadas…” Lógico, seria a tecnologia mais adequada para um trecho montanhoso que se desenvolve ao longo do Vale do Rio Paraíba do Sul e tem que vencer a Serra das Araras. No entanto os consultores, apesar de todas as vantagens concluem: “Por esta razão o Maglev não foi ativamente considerado no desenvolvimento do TAV”

VERGONHA!!!!

Eles curiosamente não mencionaram o pequeno detalhe, de que o Maglev Cobra de alta velocidade custa A METADE DO PREÇO.

Além disso, existem outros furos:

a) A rampa de 100%, apesar de possível, porque o trem de levitação utiliza motor linear para tração, é um exagero, pois significa 45 graus de inclinação. (um trem normal sobe rampa de 0,5%) A Transrapid alemã, fabricante do trem de levitação que opera com sucesso na China desde janeiro de 2003 recomenda rampa de 10%, para o conforto dos passageiros. Só pode ter sido um erro de redação, digitação e/ou um completo desconhecimento da tecnologia, e é condenável isso ter escapado da revisão antes de ser divulgado oficialmente. Até porque o documento norteia justamente qual a melhor tecnologia. Seria esse um erro proposital?

b) Ignorar uma tecnologia mais moderna, capaz de reduzir o custo de implantação pela metade (de US$ 18 bilhões para US$ 9 bilhões, na ligação Rio-São Paulo-Campinas), afronta a Lei 8884/94, que trata dos crimes contra a ordem econômica. Se o Edital do TAV a ser lançado pela ANTT não permitir trens de levitação magnética, restringindo a proposta apenas aos roda-trilho, pode e deve ser impugnado na justiça pois será considerado um “cerceamento à entrada ou existência de concorrentes, no mercado local, regional ou nacional”.

Nós podemos, nós sabemos como fazer. Nosso preço será menor e nós temos o melhor (infinitamente melhor) traçado, que reduz absurdamente o custo para o Brasil – logo para você, pra mim e pra todo mundo.Sem falar que nosso traçado permite concluir a obra e entrar em operação primeiro.

Temos que pensar que cada centavo desperdiçado aqui vai faltar no prato de uma criança carente, pode significar um remédio a mais num hospital, pode significar um caderno, uma esperança. Nós não podemos deixar essa sacanagem acontecer. A tecnologia de levitação não é ficção científica. Ela existe, opera na China (país que tem uma grande visão estratégica e sabe que isso revolucionará o futuro) e é viável para nós.

É a hora de escolher entre andar 50 anos para frente ou para trás (porque os países acima citados, não querem vender suas tecnologias de ponta e sim modelos de transporte já obsoletos por lá pra nós, como se o brasileiro não pudesse ter acesso ao que há de melhor)

Ser patriota não é saber o hino nacional de cor, meu amigo. Não é só pendurar a bandeira nacional em época de copa do mundo. Ser patriota é tomar uma atitude. Nem que seja gritar para o vazio. E digo mais. Não se trata de ser patriota ou não, mas de não se deixar ser tratado como gado.

VOCÊ vai financiar este troço. Pense nisso. Vamos reagir. Juntos, nós temos forças para embolar a maracutaia que vem se avolumando nos bastidores deste trem Rio-SP faz tempo. Se é pra licitar, todas as tecnologias devem ser levadas em conta. Principalmente a NACIONAL, desenvolvida com dinheiro público e reconhecida mundialmente!

Peço encarecidamente que me ajudem nisso. Estou trabalhando duro com a equipe do Maglev para fazer isso ser realidade. Estamos a poucos passos de uma grande mudança. É um absurdo ver nosso trabalho sério e reconhecido até pelo príncipe de Dubai em pessoa ser desconsiderado na cara de pau em uma consultoria caríssima e de qualidade risível.

Recorte este post, mande para seus amigos. Use o twitter, orkut, forum, sei lá o que.

Não há tempo. Temos que nos movimentar agora. A parada encerra amanhã!

Se tiver jornalistas conhecidos, se você trabalhar em um veículo, seja de que tamanho for, aqui está um belo furo para aproveitar. Vamos tomar uma atitude. Nem que seja reclamar. Cada protesto será obrigatoriamente anexado ao relatório e servirá de base para que ações judiciais impeçam esta sacanagem com o dinheiro que não é deles.

Me ajude. Ajude o Brasil. Por favor!

Clique aqui e reclame: http://www.antt.gov.br/acpublicas/formulario.asp?evento=cp002/2009

Adendo: Aqui está um PDF com a apresentação da tecnologia de levitação para a ligação Rio-São Paulo exibida no Coninfra 2009




Bem, o texto que enviei à ANTT foi o seguinte:

Tomei conhecimento sobre o processo de definição do TAV já há alguns meses, e observando os relatórios contratos pelo poder público brasileiro junto á consultoria inglesa Halcrow-Sinergia, percebo que de fato um dos relatórios mais importantes, quanto aos custos das tecnologias estudadas, não foi publicado. Da mesma forma percebo que houve um descarte da tecnologia nacional “MAGLEV COBRA” por razões pífias, o que coloca tal relatório sob suspeita tendenciosa ou simplesmente falha técnica dos responsáveis por tal levantamento.


O “MAGLEV COBRA” é uma tecnologia de ponta, altamente eficiente, cerca de 50% mais barata que as demais tecnologias consideradas aptas pela consultoria Halcrow-Sinergia, e é tecnicamente superior, permitindo ao TAV percorrer trechos com inclinações muito maiores (evitando a construção de túneis que encarecem o projeto) e permitindo curvas com um raio muito menor (permitindo traçados mais inteligentes, evitando custos com desapropriações).


A questão é: porque o assunto não foi levado ao público por meio de veículos de comunicação de massa, sendo este projeto tão estratégico para a infra-estrutura nacional e demandando um investimento tão grande? Porque não usar uma tecnologia que é evidentemente melhor, mais barata, mais eficiente e ainda por cima nacional? Qual seria a vantagem para o país em construir o TAV com uma tecnologia defasada, cara e tão limitada?


Minha contribuição é esta: colocar minha opinião de cidadão e contribuinte por um estudo mais elaborado do assunto, exaurindo as possibilidades e tornando o processo mais transparente ao público. A decisão não pode ser tomada com base em estudos estrangeiros. O Brasil tem capacitação técnica para realizar tal levantamento, que são, repito, estratégicos demais para que o risco de tendenciosismo seja corrido. A tecnologia “MAGLEV-COBRA” deve ser incluída em todos os estudos, porque certamente se mostrará a melhor opção para o país.


Esta é a chance do Brasil deixar de ser um mero consumidor de tecnologias defasadas e se tornar um produtor de tecnologia de ponta. O que está em jogo neste projeto não é apenas a construção do TAV, mas o incentivo a indústria de tecnologia de nosso país, o que só trará benefícios a médio e longo prazo tanto na qualidade de nossos produtos quanto na competitividade de nossa indústria no mercado mundial, gerando renda e empregos, criando progresso.

16 de agosto de 2009

XAVECO, PARA! PAAAAAAARAAAAAA!



Este ai é o vídeo que gravei e mandei hoje para o Dr. Pet. Quem sabe ele não faz um milagre e faz com que o xaveco pare com essa brincadeira de me morder? Brincadeira sim, ele não morde pra machucar, morde para me irritar e me fazer correr atrás dele, pra brincar. Se ele mordesse pra machucar já tinha me arrancado uns dedos da mão e rompido meu tendão de aquiles com quela boca cheia de dentes...

Falando sério, estou preocupado mesmo e quero fazer ele parar com esse comportamento. O pior é que muitas vezes eu dou risada, e ele deve pereceber isso.

15 de agosto de 2009

RECUPERAÇÃO DE ARQUIVOS EXCLUÍDOS

Hoje passei um aperto danado. Sem querer apaguei arquivos importantes. Tenho o costume de apagar minhas coisas sem mandá-las para a lixeira, usando a tecla crtl (o que força a exclusão definitiva). Bem, foram quase 100Gb de dados sem querer. Entrei em desespero.

Sou analista de sistemas e já conhecia os conceitos de gravação usados nos discos: uma vez que você os tenha excluído, eles ainda podem ser recuperados porque na verdade apenas a existência deles no filesystem do disco é que é excluída. Os bits dos dados de todos os seus arquivos continuam ali, gravados, até que você grave outra coisa por cima. Eles simplesmente ficam marcados como desocupados, e quando um dado novo precisa de espaço para ser armazenado é que ele realmente é limpo.

Ou seja: se você acabou de apagar alguma coisa sem querer de seu disco, não se desespere, apenas tome cuidado para NÃO GRAVAR MAIS NADA ATÉ QUE TENHA RECUPERADO SEUS ARQUIVOS, porque a ocupação dos bits nas trilhas do disco são meio aleatórias e não tem como garantir que o espaço antes ocupado por seu arquivo apagado não será ocupado.

Mesmo que só uma pequena parte do espaço do seu arquivo tenha sido ocupada, a possibilidade de recuperá-lo de forma íntegra é quase nula, porque os dados desta forma são corrompidos.

Assim, se você acabou de apagar os dados, não grave mais nada e procure imediatamente um software de recuperação de dados excluídos no Google.

Eu achei vários softwares, todos pagos e cuja versão shareware tem sérias limitações. Então, como sou da comunidade de software livre (mais como usuário do que como desenvolvedor) procurei mais um pouco, e encontrei o Easeus Deleted Recovery, que é um software totalmente freeware (pelo menos até a presente data) e que incrivelmente recuperou TODOS os mais de 100Gb de dados que eu havia excluído. Simplesmente perfeito! O site para fazer o download dele é http://www.easeus-deletedrecovery.com.


O software é bastante simples e pequeno. Faça o download, instale-o e execute-o. Ele vai lhe perguntar qual disco você deseja varrer em busca de arquivos excluídos. Você informa qual é e ele mostra estes arquivos, pedindo que você selecione qual deles deseja restaurar. Após isso você informa em qual pasta deseja armazenar a restauração e pronto! Ele recupera os dados!



Mas atenção: é recomendado pelo pelo próprio software que você salve a restauração em um disco diferente do disco de origem (aonde estavam os dados excluídos) para evitar problemas de restauração (afinal a restauração poderia sobrepor a trilha de algum arquivo excluído da própria restauração).

O software é bastante simples e descomplicado, gostei bastante! Funciona com Windows Vista (acho que com versões anteriores do windows também) e no caso fiz a restauração direto de minha unidade de backup IOMEGA EGO de 1Tb, que tem conexão USB 2.0. Não tive dores de cabeça alguma com ele. Recomendo!

Mas note que este software só consegue recuperar dados que estejam em seu computador, arquivos! E-mails que você usa direto na Web (hotmal, Yahoo mail, Gmail, etc) assim como arquivos hospedados em servidores cujo filesystem você não tem acesso não podem ser recuperados. Alguns tipos de software de e-mail instalados em seu computador também não serão de fácil recuperação.

Esta recuperação que citei aqui compreende recuperações como, por exemplo, quando você apaga sem querer uma pasta do seu disco cheia de fotos, ou seus documentos de texto, ou suas músicas MP3.

Espero que tenha ajudado.Justificar

4 de agosto de 2009

QUEM SABE...

3 de agosto de 2009

MAIS UMA ESPERANÇA DE EMAGRECER FÁCIL

Estudo: células que queimam energia podem tratar obesidade

Fonte: Terra

Uma nova abordagem para o tratamento da obesidade pode vir a ser propiciada por uma descoberta sobre a maneira pela qual o corpo cria a gordura marrom, ou seja, as células que queimam gordura branca e a transformam em calor para o corpo.

Pesquisadores comandados por Bruce Spiegelman, da Escola de Medicina da Universidade Harvard, reportaram a descoberta na edição de quinta-feira da revista Science. O estudo descreve o sistema natural pelo qual as células de gordura marrom são geradas, a partir de seus precursores.

Spiegelmann empregou esse sistema - formado por uma dupla de proteínas que aciona genes distintos nas células de gordura marrom - para converter células de ratos de laboratórios e humanas em células de gordura marrom. As células de gordura marrom têm papel muito diferente das células de gordura brancas, mais conhecidas. As células de gordura branca armazenam gordura; as células de gordura marrom a queimam como fonte de calor.

Os bebês dispõem de muitas células de gordura marrom, o que os ajuda a manter elevada a temperatura de seus corpos. Até abril de 2009, os cientistas acreditavam que a gordura marrom desaparecesse rapidamente e não existisse em adultos. O Dr. Sven Enerback, da Universidade de Goteborg, na Suécia, e outros estudiosos reportaram, àquela altura, que na verdade parte do tecido das células de gordura marrom persistia nos adultos, despertando a possibilidade de que, caso as células pudessem ser tornadas mais ativas, uma pessoa ganhasse a capacidade de queimar mais gordura.

Em uma linha paralela de pesquisa que agora convergiu com a descoberta sobre a gordura marrom, Spiegelmann vinha há muito tempo estudando as células de gordura branca e a maneira pela qual são controladas pelo organismo. Em 1994, ele descobriu o principal agente regulador das células de gordura branca no corpo. Quando passou a pesquisas sobre as células de gordura marrom, seguiu a suposição geral de que elas derivassem das células de gordura branca.

Um elemento crucial para produzir células de gordura marrom parecia ser uma espécie de proteína conhecida como "dedo de zinco" (porque ela "cutuca" a espiral de uma molécula de DNA para ativar genes específicos). Spiegelman imaginava que, se desativasse todas as proteínas relacionadas aos dedos de zinco nas células de gordura marrom, estas se transformariam em suas precursoras, as células de gordura branca.

A experiência funcionou. As células de gordura marrom se reverteram, mas não se tornaram células de gordura branca, e sim células de músculos. "Foi a experiência mais bizarra que o meu laboratório já conduziu", disse Spiegelmann na quarta-feira.

Sua descoberta de que células musculares são as precursoras naturais da gordura marrom aconteceu no ano passado. Agora, Spiegelmann descobriu que a proteína dedo de zinco, em combinação com uma segunda proteína encontrada em células musculares, é o comutador geral para as células de gordura marrom e também converte células de pele em células de gordura marrom, ainda que não seja esse o processo que a natureza pretendia.

Ele usou essa propriedade comutadora para converter células de pele de ratos de laboratório em gordura marrom, que pareceram funcionar como antecipado quando implantadas nas cobaias. Agora ele está trabalhando em uma segunda experiência, um teste crucial para a possibilidade de desenvolver uso terapêutico, com o objetivo de descobrir o que acontece quando células marrons são implantadas em ratos de laboratório obesos.

Perguntado se os ratos estavam mais magros, Spiegelman respondeu que até o momento os resultados pareciam encorajadores. Mas não acrescentou informações, afirmando que os editores da revista ficariam insatisfeitos caso ele revelasse descobertas apresentadas no estudo antes da publicação.

Um procedimento semelhante poderia ser experimentado para seres humanos, afirmou, caso os resultados de experiências com cobaias animais pareçam promissores. Outras descobertas poderiam produzir a proteína natural para acionar o comutador do dedo de zinco, e essa proteína poderia resultar em um medicamento útil para converter células de pele em células de gordura marrom.

Enerback disse que Spiegelman havia dado ¿um passo realmente importante¿ à frente quanto a elucidar a biologia básica das células de gordura marrom. De acordo com os seus cálculos, afirmou Enerback, a inserção de entre 50 e 100 gramas de células de gordura marrom em uma pessoa poderia permitir queima de tecido de gordura branca à razão anual de cinco quilos ou mais.

Ele afirmou que uma abordagem em forma de terapia celular como a descrita poderia permitir que os depósitos de células de gordura marrom produzida com base em reversão de células da pele de um paciente fossem maiores ou menores, de acordo com as necessidades individuais. Uma terapia como essa não deveria ser usada como forma única de tratamento de obesidade, no entanto, e precisaria ser acompanhada por uma mudança de estilo de vida e outras intervenções.

As células de gordura marrom induzem as células de gordura branca do corpo a dividir seus componentes gordurosos na forma de ácidos graxos. Esses ácidos são liberados na corrente sanguínea e absorvidos pelas células de gordura marrom. Estas últimas contêm grande número de mitocôndrias, os elementos que fazem o papel de baterias químicas de energia nas células vivas.

As mitocôndrias (originadas em passado muito distante como bactérias aprisionadas e escravizadas pelas células) usualmente geram uma forma química de energia. Mas, nas células de gordura marrom, o processo é distorcido e as mitocôndrias em lugar disso geram calor. Porque as mitocôndrias contêm ferro, as células ganham a coloração amarronzada que justifica seu apelido.

Tradução: Paulo Migliacci ME

ACOSTUMANDO-SE COM ROBÔS

Japoneses circulam por Tóquio usando roupas robóticas

Fonte: Terra

Funcionários da Cyberdyne fazem demonstração do uso do HAL enquanto atravessam rua em Tóquio
Funcionários da Cyberdyne fazem demonstração
do uso do HAL enquanto atravessam rua em Tóquio


Três japoneses viraram atração nas ruas de Tóquio nesta segunda-feira usando roupas robóticas no trajeto para uma conferência sobre o assunto. A roupa, chamada HAL, possui sensores que enviam sinais nervosos do cérebro para os músculos quando a pessoa faz esforço para se mover, colocando o sistema em movimento. Ela capta então pequenos sinais na pele para mover as articulações de acordo com os movimentos musculares do usuário.

Quase sem esforço, dois homens e uma mulher circularam pelas ruas a uma velocidade de 1,8 km/h com a roupa, que funciona a bateria. Ela foi desenvolvida, entre outras funções, para proporcionar mobilidades a vítimas de acidentes.

Um dos funcionários da empresa de robótica que desfilou hoje pela cidade com o invento garantiu à agência AFP que não estava cansado, como seria natural, após o trajeto. "Vamos pegar as escadas em vez do elevador", brincou Takatoshi Hisano, 32 anos.

A alta tecnologia foi desenvolvida por Yoshiyuki Sankai, professor da Universidade Tsukuba, e cuja empresa, a Cyberdyne, já esta locando roupas para diversos hospitais. A circulação de hoje pelas ruas do Japão faz parte de um projeto apoiado pelo governo para que a população se habitue com a circulação de "robôs".