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9 de outubro de 2008

ESCRAVIDÃO ILUSIONISTA




A imagem clássica que todos fazemos de um escravo é a de uma pessoa cabisbaixa, presa a grilhões, chicoteada e aprisionada fazendo tudo o que lhe mandam. A escravidão é ruim para a pessoa, e a faz sofrer, lhe dá angústia, e lhe faz muitas vezes desejar a própria morte.
Dizer que a escravidão acabou é demagogia. Existem lugares aonde ela ainda impera declaradamente. Aonde pessoas se vêem contra sua vontade, obrigadas a fazer o que não querem em condições insalubres de trabalho forçado. Mas isso é apenas um chamariz. Digo que a verdadeira escravidão é muito mais diabólica.

Quando “MATRIX” saiu, me lembro de que José Wilker disse que não via nada demais naquela história, que era um filme bobo de ação amarrada por um monte de besteiras. É o pensamento da maioria das pessoas.

Matrix explicou com uma parábola o que acontece com o mundo de verdade. Somos todos escravos. Como Chaplin disse no final de “O Grande Ditador”, do qual falei no post passado, ditadores se fortalecem fazendo escravos. E se a escravidão for algo oculto? Algo que foi implantado sistematicamente como um conjunto de valores tradicionais?

Pense bem: você vive da maneira que quer ou vive da maneira que dá? Você se sente livre no mundo em que vivemos ou se sente oprimido diante das regras do mercado de trabalho, da economia, da sociedade moderna?

A escravidão atual é simples, e a ela foi dado um novo nome: lei de mercado. Você é um escravo, porque “se não fizer o que te mandam você perde seu emprego e então estará perdido”. Dinheiro. Poder. Controle. As mesmas coisas de sempre. Nem na criatividade os déspotas tem alguma virtude. Anseiam pelas mesmas coisas sempre.

Ando cansado demais. Já disse esta mesma frase antes, mas hoje, mais do que em qualquer outra época de minha vida, mais do que na adolescência, me sinto farto destes dias tristes que insistem em dizer que são felizes. Felicidade aonde?

Vi hoje de manhã que no império Maia construíram prédios, cidades e estradas apenas com materiais encontrados na selva próxima, e estas obras duram até hoje, mais de 2.000 anos após sua construção! E hoje, quando constroem uma rua pavimentada em nossas ditas cidades modernas, elas duram poucos anos, e nunca ficam boas por muito tempo. Como pode? Não desenvolvemos tecnologias tão avançadas e evoluímos na ciência? Porque não somos mais capazes de construir uma rua que dure tanto?

A resposta é que podemos construir, mas não construímos por causa da economia e de um sistema que sistematicamente nos enclausura em uma prisão social, emocional e ideológica. Se a estrada durar 1000 anos, não precisará de manutenção. Sem manutenção, não haverá empreiteiras e contratos, nem promessas de campanha para se arrumar a estrada, e nem planos para construir-se novas estradas a fim de desafogar aquela, e nem um problema menor (a estrada esburacada) que desvie a atenção do povo para problemas realmente mais graves e importantes.

Manter-nos ocupados, com a mente focada em questões pequenas, nos prendendo com grilhões econômicos, matando no ser humano sua humanidade e destruindo a natureza do homem é o que se faz para diminuir-nos a uma mera peça na grande máquina de produção que chamamos de sociedade. Se a peça quebra, basta trocá-la, e a quebrada, joga-se no lixo.

É uma escravidão ilusionista. O que fazem os ilusionistas? Ilusão! Não é mágica, mas sim um truque que é usado em escala global. Um ilusionista lhe mostra algo que prende sua atenção, que lhe confunde. Neste momento, ele faz algo que você não vê, e que tem um resultado óbvio, mas que você não pode entender porque ocorreu já que estava prestando atenção em outra coisa. Vivemos uma escravidão ilusionista. Nos fazem acreditar em algo, em um sistema, que é mera distração. Sem que vejamos, fazem coisas obscuras.

A crise econômica global está nas manchetes a mais de 2 semanas. Não se fala de outra coisa. É o chamariz. Não sei o que estão fazendo, mas em algum lugar, algo terrível está ocorrendo. Algo que não podemos ver porque estamos distraídos com essa crise.

Não sei o que é nem o que pode ser. Mas quando o resultado desta coisa oculta estourar, todos nós vamos achar que é mágica. E vamos aplaudir, presos a nossos grilhões invisíveis.

Deus é amor, e amar é cumprir todos os desejos e mandamentos que Deus nos direciona. Portanto, o amor é, além de tudo, liberdade. O mundo tenta matar o amor. E é por isso que o mundo jaz no maligno.

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