LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

Pesquisar

30 de maio de 2008

XAVECO E EU


Quando observo as coisas que o Xaveco foi capaz de fazer nesta primeira semana em casa não posso deixar de pensar no livro “Marley e Eu” (que aliás está sendo filmado com o Owen Wilson no papel principal). Não li, mas sei como é a história de tanta gente que leu e me contou.


É preciso entender que filhotes são como crianças: não tem hora certa para ter sono e muito menos para querer fazer folia. Como ontem, por exemplo. Plena meia-noite e meia ele surtou. Conseguiu rasgar o forro da parte de baixo de nossa cama e se enfiou lá dentro, correndo por dentro do forro como um maluco. A Cris até chorou de nervoso por não conseguir fazê-lo sair (afinal ela ainda não está 100%). “Mardito” cachorro (mardito no bom sentido, é claro).


Ok, eu consegui tirar o Papito (é o apelido dele) de lá, e ele entrou de novo! Tirei novamente, e vendo que ele ia entrar outra vez, eu o peguei e o fiz entender as coisas como elas são: o mundo é cão, e não ia deixar de ser cão para um cachorro, mesmo que filhote. Não o machuquei, mas ele ficou assustado com as palmadinhas (afinal ainda é filhote) e com a fala brava. Tanto que pela primeira vez nesta semana ele dormiu fora do quarto e com a porta fechada sem reclamar (muito). Nas duas tentativas que fez de ficar chorando alto, eu fui lá e refresquei a memória dele.


Ele estava de bode. Tava na cara que ele tinha se tocado que estávamos putos com ele por causa daquela bagunça, por causa de uma atitude que nós não queremos mais ver nele. Hoje de manhã ele levou mais um gelo, e ao sair, vi como ele estava meio constrangido.


Sei que ele tem necessidades como qualquer outro ser vivo, e nós, como donos, queremos muito supri-las. Não é só dar água, ração e um carinho de vez em quando. Ele precisa brincar, correr, morder, pular, cavar e bagunçar. Precisa de muita educação também, e assim como crianças, educar é um trabalho de tempo integral e por muitas vezes difícil e desestimulante. Mas ao mesmo tempo os Jack Russel, por mais maravilhosos e inteligentes que sejam (e eles são mesmo), são cães muito teimosos que ficam testando a paciência do dono, ultrapassando todos os limites em certas ocasiões. É preciso saber como fazer as coisas com eles.


Todos os criadores são unânimes: eles precisam de donos que sejam extremamente firmes com eles para que sejam bons cães ao virarem adultos, caso contrário o cão vai deitar e rolar, e vai ser um eterno fanfarrão que só dá trabalho e dor de cabeça, sendo que um cão deve dar é alegria e amor. É preciso ter um coração de pedra com eles em algumas situações como esta, vencendo aquele olhar meigo que esconde por trás um enorme potencial para confusões. É para o bem dele mesmo, afinal.


Ele ainda precisa tomar mais 3 vacinas para poder sair de casa sem maiores riscos para sua própria saúde. Até lá, vai ser uma batalha, porque ao poder sair, pretendemos cansá-lo bastante com as caminhadas e com a sobrecarga de estímulos visuais e principalmente olfativos.


Sobre suas artes, lá em casa o Papito já detonou o forro de baixo da cama (como eu já disse), está se entretendo roendo o canto de um vaso de plantas que fica ao lado do aquário (é de plástico), não terá deficiência de ferro porque adora mascar o pé das cadeiras de aço da sala, sem contar as sucessivas tentativas de comer as lombadas dos livros que ficam próximos ao chão (a gente está tentando ver outros lugares para guardá-los) e de mascar nossos dedos com cada vez mais força (o que brigamos feio com ele para que pare logo).


Roupas com fios pendurados são como imãs para os dentes dele. Adora rasgar e comer jornal e papelão, e faz de tudo para subir no sofá (e pelo menos isso ele AINDA não conseguiu fazer). Qualquer coisa que caia no chão próxima a ele vai para sua boca, e pelo menos assim conseguimos treiná-lo para nos deixar tirar coisas de sua boca.


Enfim, é um cachorro como outro qualquer, mas ligado no 220. Paciência para lidar com ele nos momentos de má-criação é fundamental, mas como aquela frase atribuída a Che (e muita gente duvida que ele disse mesmo isso), “Temos que endurecer, mas sem jamais perder a ternura”.

28 de maio de 2008

O Reino Mágico do Sul

Capítulo 6:
PRELÚDIO

Os Chibambas Azuis, de aspecto andrógeno e sedutor, eram responsáveis pelas atividades do setor privado, supervisionando de empresários responsáveis por corporações inteiras a trabalhadores de linha de montagem. Eram focados nas cadeias produtivas, humanizando o trabalho e impondo um capitalismo bem menos voraz do que se via no restante do mundo. A jornada de trabalho foi estipulada em no máximo 6 horas diárias, e os conceitos de metas e avaliações foram totalmente revistos e realocados a patamares tangíveis, tornando-as benéficas e não maléficas.


O mercado interno foi privilegiado, sem que as exportações fossem prejudicadas. Pelo contrário: devido a atuação dos Chibambas Vermelhos, as exportações cresciam, pois novas tecnologias eram criadas, e sua produção e implementação na economia ficava a cargo dos Chibambas Azuis, que com os empresários focavam o fim da ganância e do ganho a qualquer custo, enquanto que com os funcionários focavam o comprometimento com o trabalho e a ética profissional sem deixar que isso abalasse suas vidas pessoais com suas famílias. Eles nada mais tentavam do que equilibrar as relações.


Os Chibambas Negros, por sua vez, lidavam com a área mais delicada da sociedade, a qual sustentaria todas as demais: o setor público. Se por um lado diversas instituições haviam sido extintas, os serviços públicos em todas as esferas continuavam em pleno funcionamento, e aqueles Chibambas Negros de porte atlético, feições belas e bondosas, atuavam com funcionários públicos e com os poucos políticos que haviam restado a fim de preparar uma nova cultura neste setor para as gerações futuras.


Os Chibambas negros eram temidos, porque haviam matado muitos políticos que não se redimiam de seus erros e que tentavam insistentemente impor sua corrupção ao limitado poder que Livre os havia outorgado. Haviam as prefeituras, seus prefeitos e vereadores, mas todos eram supervisionados por um Chibamba Negro, que os instruía e observava atentamente. Haviam os Estados e seus governadores, e um poder legislativo diferente, formado não por vereadores, mas sim pelos prefeitos. Eram obrigados a deliberar em prol do bem comum e não mais focando em suas micro-regiões, tendo para isso que trabalharem juntos. Desta forma, foram extintos os partidos políticos, pois não havia mais um partido a ser tomado, uma vez que Livre buscava a unidade e a justiça a todos de uma mesma maneira.


Havia um poder executivo federal que era encabeçado por Livre, e havia, de maneira semelhante às assembléias estaduais, uma assembléia federal, aonde não haviam deputados e sim os governadores estaduais. E havia um senado... Livre entendia que o ideal de uma assembléia que empurra o executivo às maiores altitudes e um senado que limita o teto de vôo era um modelo adequado se permanecesse fiel à justiça, à ética e á busca do bem comum da nação.


E desta forma os anos se passando. Em 300 anos de regime, 12 gerações se passaram, e a cada geração, a cultura que Livre havia criado, de justiça, paz, ética e desprendimento pessoal em prol da coletividade eram mais e mais absorvidas. Muitos já nem tinham Chibambas os supervisionando, ficando estes encarregados apenas por poucas pessoas.


Percebendo que sua missão se aproximava do fim, Livre falou à nação em cadeia nacional. Tinha que relatar ao povo os eventos que se aproximavam, pois aproximava-se do ponto crítico de sua meta. Diante de um scanner tridimensional, Livre foi projetado holograficamente a todos os lares da nação, de forma que todos tinham a impressão de que ele realmente estava ali. Aquela era uma das inúmeras tecnologias desenvolvidas com a ajuda dos Chibambas Vermelhos no decorrer daqueles 3 séculos e que era uma coisa já comum aos brasileiros e ao restante de muitos povos no mundo.


“Olá” disse ele, com um sorriso amável no rosto. Ele não havia envelhecido um dia sequer. “Venho como vim a 3 séculos atrás. Venho determinado em realizar minha missão e comprometido com a justiça, com a verdade e com cada pessoa de bem. Desde o início tenho dito que chegaria o dia em que deveriam andar com suas próprias pernas novamente, e o fato é que vocês já o fazem sem se darem conta, como uma criança cujo pai segura sobre uma bicicleta e, sem que a criança se dê conta, deixa de equilibrá-la para que ande por si só. É chegada a hora de minha partida, mas não sem antes travar a última batalha.”

27 de maio de 2008

CAOS MENTAL

Hoje é um daqueles dias que a gente sabe que não devia ter saído de casa. No meu caso, tenho esta sensação quase todo dia, mas hoje está absurdamente mais presente. Reflexo do meu estresse, que anda a milhão ultimamente.


Não tenho saco para nada ultimamente. Até as coisas que eu costumo gostar me parecem sem graça. E não importa para onde eu vá, eu me sinto como um animal feroz preso em uma jaula. Me sinto aprisionado nisso.


Eu não gosto de ficar assim. Costumo ficar muito sensível e coisas pequenas me afetam enormemente. Se eu fosse uma mulher, provavelmente estaria tendo crises de choro no banheiro. Mas sou homem, e além disso, um homem tosco. Então eu não choro porque eu não sinto vontade, mas em contra-partida, fico nessa leseira, falando a mim mesmo o tempo todo que isso vai passar já já. E vai mesmo.


O galho é que estes momentos de “sentir que seria melhor ser uma joaninha” tem se tornado cada vez mais constantes. Não sei o que fazer, porque eu olho pra tudo que é canto e não vejo pra onde correr.


Tenho segurado muitas barras ultimamente, mas não vejo ninguém que me ajude a carregar a minha. Eu me sinto só no esforço de carregar tanto peso, e estou cansado. Muito cansado, praticamente exausto. Até mesmo para escrever essa porcaria eu tenho tido dificuldades. E minhas férias estão longe longe... ainda faltam mais 8 meses... será que eu vou agüentar inteiro?

21 de maio de 2008

SURPRESA PRA LÁ DE BOA!

Minha esposa anda estressada. Dar aulas na rede pública de ensino tem sido pior a cada ano que passa. Tanto que ela vai pedir demissão. Passando por 15 dias de licença psiquiátrica por conta de uma crise nervosa decorrente do stress causado pela situação caótica de dar aulas no Estado, ela andava bem abalada.


Assim, como a tempos ela choramingava por um bichinho de estimação (um cachorro), resolvi arriscar algo e tentar arrumar um para nós. Cães tem um grande poder terapêutico, ainda mais em pessoas como minha esposa, que amam cachorros.


Queríamos um Welsh Corgi Penbroke, como já relatei aqui antes. Mas era impossível devido ao preço. Observávamos então outras raças que poderiam se adaptar à vida em um apartamento, e chegamos ao Jack Russel.


O preço do filhote era metade do de um Welsh Corgi, e mesmo tendo temperamentos bem diferentes entre si (o Welsh Corgi é sossegadão e meio bonachão enquanto que o Jack Russel é ativo e adora exercícios), entendemos que ambos poderiam se adaptar bem conosco.


Como o valor ainda era alto para nosso orçamento(sabe como é que é o primeiro ano de casamento né... pagamento de cozinha, armários, cadeiras, etc) e como só teríamos tempo para dar atenção ao cãozinho e sua adaptação inicial conosco em nossas férias, havíamos resolvido esperar pelo final do ano. Mas o estado emocional de minha esposa estava piorando, mesmo com a licença.


A psicóloga dela havia lhe dito para não ficar sozinha em casa durante o período, sob pena de piorar seu estado. Como os amigos dela estão todos trabalhando, assim como eu, ela não tem tido outra opção a não ser aquela que haviam lhe recomendado não fazer. O resultado foi que ela piorou um pouco.


Como ela vai deixar as aulas no Estado e vai ficar com as aulas só no SESI (pelo menos nos próximos meses), o fator tempo deixou de ser um problema, mas por outro lado o fator dinheiro se tornou mais problemático ainda, devido ao corte em nosso orçamento. O que fazer então?


Entrei em contato com a Antonella, uma criadora da raça Jack Russel, dona de um canil em Tatuí. Minha esposa havia conversado com ela tempos atrás para obter informações sobre o Jack Russel, e ela foi muito atenciosa (a mais dentre todos os criadores que consultamos). Resolvi contar a ela a situação pela qual eu e minha esposa estávamos passando, e vendo que o website do canil dela se encontra com um design não muito moderno, fiz uma proposta a ela: fazer um website totalmente novo para ela em troca de um desconto na compra de um filhote.


Sinceramente eu não sabia se ela aceitaria isso. Não esperava necessariamente caridade dela, mas sim uma troca, desde que um novo website fosse vantajoso para ela. Esperei a resposta, e ela me surpreendeu totalmente, assim como Deus surpreendeu também.


Ela ficou sensibilizada com nossa história, e estava a procura de um filhote para nos doar. Um amigo dela, o Elcio, de quem ela já havia comprado alguns reprodutores de seu canil, tinha um filhote sobrando de sua última ninhada.


Como este filhote não tem pedigree (o registro) e ainda falta as doses restantes da vermifugação e demais vacinas, além de não ter as cores esperadas pelo padrão da raça (ele é branco e preto), estava complicado vendê-lo. E ele precisava dar um destino ao filhote logo, pois vai viajar por um tempo. Então, ao saber de nossa história, ele se dispôs a doá-lo para nós! Bastava que fossemos pegá-lo lá em São José dos Campos até o final deste mês de maio. A surpresa de Deus foi esta: de alguma forma, ter guardado ele para nós. Tudo se encaixou! Olha ele ai:



Quando minha esposa soube, chorou de alegria. Ela queria muito um cãozinho, e agora teremos um, lindo lindo lindo! Seremos ternamente gratos à Antonella e ao Elcio por este gesto, final eles vivem de vender estes filhotes e doar um não é algo comum, creio eu. Da mesma forma, seremos eternamente gratos a Deus por esta providência e a este cãozinho que vai entrar em nossas vidas. Sabemos que ele nos dará muita alegria, e esperamos dar a ele muito amor e carinho, além de todos os cuidados necessários a seu bem-estar físico e emocional.


O nome dele? Eu me dei o direito de escolher. Havia começado como “Angel” mas creio que nunca iriamos chamá-lo pelo nome. Resolvi dar um nome divertido e gostoso de falar: Xaveco. Porque? Ora essas, porque ele é fruto do maior xaveco que eu já passei até hoje!


A Antonella disse que não precisava me preocupar de fazer um novo site para ela, mas vou fazer sim, e de graça. Preciso agradecê-la de alguma forma, e isso é o mínimo que posso fazer.

20 de maio de 2008

PORQUE EU GOSTO DE GATINHOS

Minha esposa é alérgica a gatos. Portanto, dos gatos, só tenho as lembranças do último que tive, um siamês que morreu atropelado na porta de casa, chamado Maradona. Ah, e também as vezes em que algum gato de rua dá a sua graça perante minha presença, ou quando visito um amigo sortudo que tem 3 gatos pretos (a mulher dele não é alérgica).


Gatos são anatômicos. Encaixam-se em qualquer colo, sofá, almofada e, principalmente, coração. Tem gente que não gosta deles porque são independentes e fazem questão de demonstrar isso. Mas é justamente isso que me fascina.


Cães são legais e eu gosto deles. Mas cães são dependentes, e expressam um amor quase que incondicional. Mas é aquele incondicional condicional, sabe? Amam desta forma justamente porque são dependentes. Um cão, para que você ganhe seu coração, basta dar comida, abrigo e um pouco de carinho e atenção. Cães são mais simples neste aspecto.


Já os gatos são bem mais complexos. Você pode dar comida a eles que eles não vão te amar por causa disso. O mesmo se aplica a carinho e atenção: eles até gostam, mas demonstram isso poucas vezes, além de terem seu tempo para tal. Gostam das coisas ao seu tempo e não necessariamente aos tempo de seus companheiros humanos (porque gato que é gato não tem dono, mas companheiro).


Gatos são, para muitas pessoas, arrogantes. Para mim, são professores. A personalidade felina é muito mais parecida com a humana do que a personalidade canina, e portanto, é muito mais sedutora. Uma é submissa, a outra é igualitária. Os gatos não se vêem superiores aos humanos, mas sim iguais. E isso irrita muita gente que não gosta de gatos.


Como você conquista o amor de um gato então? É simples! Você não conquista! Ter um animal em casa que você sabe que é até certo ponto arredio, teimoso e independente pode parecer loucura, mas não é. Saber ter algo sem ser seu mestre é maravilhoso e libertador. Amar com desprendimento é um exercício para poucos, que rendem frutos maravilhosos. E na maior parte das vezes, este é exercício para gatos e aqueles que lhes fazem companhia.


Lembro-me dos dias em que meu gato vinha dormir em minha cama, enrolando-se debaixo das cobertas. De quando “surtava” e ficava correndo pela casa de orelha baixa e calda arisca. De quando brincava com nossa cachorra, a Duska, que era outro animalzinho que eu amava muito. E me lembro de quantas vezes ele me deu felicidade mesmo sem fazer nada. Só de olhá-lo, eu ficava feliz.


Quando ele morreu, eu fiquei muito triste. Muito mais triste do que por qualquer outro animal que eu já tivesse tido ou que eu viria a ter. Hoje, vejo que sua morte foi fruto de sua liberdade. Muitos poderiam achar que seria melhor que ele fosse mantido dentro de casa. Mas digo que a liberdade que o levou a morte foi melhor do que o cativeiro que poderia tê-lo mantido vivo por mais alguns anos. O tempo que ele passou conosco foi intenso, e se ele me deu tantas alegrias em vida, me ensinou muita coisa na sua morte.


Eu tinha algo como 10 ou 11 anos, e chorei muito a sua perda. Mas entendi que a vida é finita, e que o amor não pode ser limitado pelo medo da perda e muito menos pela perda consumada. Temos que aprender a sermos independentes como os gatos. É gostoso ter alguém por perto para nos fazer um carinho, mas sozinhos a vida continua. Afinal, outras borboletas precisam ser caçadas.

16 de maio de 2008

O Reino Mágico do Sul

Capítulo 5:
SACRIFÍCIOS

Cinco anos se passaram desde os eventos citados anteriormente. O país continuava cercado por uma barreira mística, intransponível. Aviões, barcos, carros, pessoas... nada era capaz de penetrar aquela luz solidificada. Apenas com a devida permissão... mas qualquer um podia sair, na hora em que bem entendesse.


Livre não era onipresente, apesar de todo o poder que apresentava. Fazia questão de destacar isso a toda população, deixando muito claro que não era nenhuma divindade e muito menos objeto de adoração. Em Brasília, no Monumento (era assim que ele chamava o lugar), ele estendia seus olhos e ouvidos por meio de asseclas que criara com o único propósito de garantir a unidade na nação, reconstruindo-a no lugar certo, que são as pessoas.


Livre não dera um nome a estes seres, que possuíam fisionomias bem distintas entre suas castas. Mas o povo do sul de Minas Gerais lhes deu uma alcunha pela qual ficaram conhecidos em todo mundo: Chibambas. O Chibamba folclórico, como eles bem sabiam, amedrontavam crianças choronas, teimosas e mal-educadas. No final das contas, o que eles faziam era isso mesmo, atuando como monitores e disciplinadores... mas faziam muito mais do que isso.


Haviam ao todo 4 tipos ou castas distintas de Chibambas, e em cada casta, milhares de indivíduos idênticos entre si.


Haviam os Chibambas Verdes, que tinham uma luz esverdeada que emanava de uma esfera no centro de seus corpos feitos de cristal translúcido. Eram de feição delicada, e atuavam na área médica, agindo em todas as atividades ligadas à saúde e bem-estar, humano ou animal. Atuavam nas clínicas veterinárias, hospitais, clínicas médicas e muitas vezes nas próprias casas das pessoas. Faziam cirurgias, anestesias, transplantes e suturas com a mesma habilidade com que efetuavam psicoterapias, massagens e demais procedimentos co-relatados. O povo tinha grande estima por eles, e todos os profissionais de saúde humana e animal atuavam sob sua supervisão, atuando como verdadeiros aprendizes.


Estes profissionais da saúde, por sua vez, eram reeducados não só na questão técnica, mas principalmente na emocional, no relacionamento com seus pacientes de maneira amorosa, cordial e humana, acabando com o conceito de “consulta de 2 minutos”. As condições de atendimento foram elevadas à ideal, e as filas nos hospitais deixaram de existir, permitindo que todos fossem atendidos com prontidão. Tamanha era a qualidade que até os casos mais complexos tinham um alto percentual de cura ou controle. E devido à mudanças realizadas por outros chibambas, a quantidade de pessoas nos hospitais decaíra drasticamente, já que as pessoas comiam melhor e sabiam (e queriam) evitar doenças. Quando as tinham, sabiam bem como não transmiti-la a outras pessoas e o bem que isso causava.


Haviam também os Chibambas Vermelhos, que não emitiam nenhuma luz e tinham uma pele vermelho-sangue com aparência de vinil, e olhos totalmente brancos. Eram os professores e educadores em todas as instâncias, agindo desde a pré-escola até os avançados centros de pesquisa, atuando na área de P&D em diversas especialidades de tecnologia de ponta. Não só davam aulas como supervisionavam e preparavam outros professores e educadores. Tinham autoridade em sala de aula, e disseminavam a busca pela excelência em todas as coisas que alguém faz, não por obrigação, mas sim por prazer, como significado de vida.


Crianças eram reeducadas e ganhavam não apenas conteúdo técnico, mas sim humano. As famílias foram reestruturadas e recebiam a visita constante destes Chibambas, que se certificavam de que a família passara a evoluir seus laços de amor e afeto com sua ajuda na conscientização e educação.


Assim como os chibambas verdes, eram amorosos, pacíficos, divertidos e agradáveis. Mas puniam severamente aqueles que se comportavam mal. Tinham licença para matar, e nos primeiros anos anos daquela ordem, as mortes foram tantas que o mundo as classificou como um genocídio de proporções bíblicas.


As pessoas corretas, direitas, éticas e bondosas, ou aquelas que eram problemáticas mas possuíam vontade e potencial para serem como as primeiras, nada sofreram. Já aquelas que eram más, brutas, mesquinhas, salafrárias, oportunistas, corruptas e exploradoras, eram mortas rapidamente, sem sofrimentos, no que Livre chamou de “grande sacrifício”. Mais da metade das pessoas no país foram mortas, e seus corpos queimados na grande fogueira das vaidades, cujas chamar ardiam sem parar há anos.


Muitos reclamavam daquela brutalidade toda, muitos o chamavam de monstro, de anti-cristo, de genocida, de ditador... Livre lhes dava liberdade de expressão e não fazia nenhuma repressão, apenas a aqueles que davam notícias falsas ou que incitavam o povo ao ódio. Em muitas ocasiões, Livre aparecia em público e, ao ouvir as acusações, não titubeava em declarar-se culpado.


“Sob a ótica humana, sei que sou um monstro. Mas sob a ótica dos monstros, sou um salvador de povos. O que faço, não faço com prazer. A vida humana é valiosa demais para ser sacrificada, mas digo que aqueles que morrem pelas mãos de minhas crias não eram menos monstros do que eu. Tudo o que faço é retirar e queimar as ervas daninhas da plantação, para que a colheita seja somente de bons frutos.”


Comparado a genocidas como Hitler e Saddan Hussen, Livre foi taxativo: “Não existe cor, língua, nacionalidade, religião, etnia ou qualquer outro traço físico que buscamos extirpar desta nação. Nossa luta não é contra o que os olhos podem ver, mas sim com o que os corações podem compreender. A chacina existe e continuará a existir por mais um tempo, porém ela foca exclusivamente o caráter. E pessoas sem caráter também serão pessoas sem vida.”

15 de maio de 2008

Billy & Mandy

Definitivamente o desenho predileto aqui em casa é "As Terríveis Aventuras de Billy & Mandy" (The Green Adventures os Billy & Mandy). Ácido, no-sense e algumas vezes repugnante, passa no Cartoon Network.

O que eu curto mesmo é a Mandy. Ela NUNCA sorri, manda até na sombra (e ela obedece!) e parece que chupou limão de tão azeda que é. Parece comigo...

Fiz uns desenhos dela para colocar em camisetas, uns bem sarcásticos na verdade. Se gostou deles, saiba que eu desenhei mesmo, no flash. Aposto que as camisetas venderiam bastante, a Mandy toca o terror.




5 de maio de 2008

REVISÃO DE CONCEITO

Neste final de semana finalmente formatei minha workstation. Esperava por isso para poder instalar o MySql, já que na instalação anterior o SO estava de birra. Falta configurar o Apache e o PHP, e quem sabe o Ruby, já que estou querendo aprender. Encontrei um sistema de auditoria de redes feito nele que é software livre e ao mesmo tempo funciona de forma extremamente boa: o Spiceworks (http://www.spiceworks.com/).


Fora isso, deixei um espaço não-particionado de 10Gb para instalar Linux. A última vez que me meti a fazer isso, creio que foi em 2000, com o Conectiva 8, se não me engano. O Linux que eu providenciei neste feriadão foi o Ubundo 3.04.


Fiquei feliz de ver que o pessoal finalmente entendeu que a maioria dos mortais não quer escovar bits e nem chafurdar na configuração de montagens diversas do sistema operacional. O Ubuntu me pareceu a primeira vista um sonho, pois sua instalação é muito mais dirigida (por assistentes que nem no Windows) do que eu havia visto em versões velhas do Linux. Mas ainda tem certas particularidades que deixam ressabiados até os usuários de Windows mais macaco-velho.


Não entendi quando ele pediu o ponto de montagem, e fiquei com medo de que ele acabasse instalando na mesma partição do Windows. Deixei pra outro dia e rodei direto do CD. Fiquei impressionado ao ver que ele reconheceu todos os hardwares (vídeo, trackball, teclado e até minha rede wireless, que eu tive que configurar na mão mas que não deu mais trabalho do que no Windows).


Tive reconhecidas as partições nos meus 2 discos (formatadas em NTFS) e acessei todos os arquivos sem a necessidade de nenhuma configuração, o que me faz supor que existe uma auto-configuração própria para reconhecer partições não-Linux, como no SAMBA.


O visual também é bem mais avançado do que o do próprio XP, e do pouco que naveguei, a performance foi ótima. Não sei quanto a questão do dia-a-dia a utilização do Linux (instalar programas, executar tarefas, etc) mas vejo que a curva de aprendizado foi diminuída muito neste meio-tempo em que me afastei disso, e agora é mais uma questão de adaptação rápida e ambientação nos conceitos.


A opinião que eu tinha sobre não utilizar Linux em estações de trabalho precisa ser revista. O Ubuntu me fez repensar a respeito. Vamos ver se quando eu for instalá-lo de fato se minha opinião continuará na esfera da revisão ou não. Mesmo com um instalador a partir do próprio Windows (o que achei fantástico) ainda tenho o receio de detonar meu recém instalado XP no processo. Torço que tudo ocorra bem.