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10 de julho de 2007

O TREKKING DA VIDA

Para você ver como o longe fica perto e como uma jornada de 1000km começa com um simples passo, não é mesmo? Nem acredito que já está tão perto, mas o fato é que eu me caso já neste próximo sábado no civil, e sábado da semana que vem no religioso.

Este momento é estranho para mim. É como a maioria dos homens nesta situação se sente: “estou andando pelo gume da navalha tentando não me cortar”. Ou então “me sinto com a corda no pescoço”.

Sem balelas, não posso dizer que este momento não é de felicidade e de realização pessoal. Eu sempre quis isso, ora bolas! Desde pequeno eu associava a minha maturidade com 3 coisas: morar em um lugar meu, ter uma profissão e um emprego que me dessem um mínimo de independência financeira e... me casar!

Com quase 30 anos nas costas acho que chego a este momento da maneira mais serena, madura e amparada possível. O caminho até aqui foi longo, tortuoso e muito acidentado em certos momentos... durante estes mais de 6 anos juntos vagando por estas estradas, as vezes paramos de andar e acampamos por longos invernos na beira do caminho. Mas o inverno sempre dá lugar à primavera e então conseguimos desmontar o acampamento e continuar o trekking da vida.

Não é segredo para ninguém que, em se falando de temperamento, eu e a Cris somos tão parecidos quando ouro e chumbo. Mas nos completamos em muitas áreas, gostamos de muitas coisas em comum (muitas mesmo) e temos certeza de que é um com o outro que queremos ficar, mesmo com aqueles momentos de briga, de conflito e de “azedume” (normalmente da minha parte).

Momentos estes, aliás, dolorosos, mas superados. Momentos estes de incerteza, dúvida e medo. Mas que não foram capazes de quebrar nosso relacionamento. Pelo contrário! Temperam-no como a forja tempera o ferro com carbono, fazendo dele aço: e o que é a forja se não as dificuldades, felicidades e vivências do mundo, e o carbono se não o Espírito Santo de Deus que, misturado a nós, torna esta liga mais resistente do que antes?

O casamento é uma aposta, de certo modo. Mas como bom apostador, calculo o risco para saber se vale a pena. E neste caso, sei que vale. Se tenho medo, é das incertezas das quais, pensando bem, o simples fato de não me casar de nada me protegeria.

Minha esperança, portanto, é depositada não só agora mas já há tempos em Jesus. De forma que humildemente mantenho minha fé posta na esperança de que Deus tenha misericórdia de mim (mesmo sabendo que não mereço).

Espero que tal misericórdia seja manifesta da maneira que Deus sabe ser a mais correta: me poupando do juízo no dia da minha morte, me levando para vida eterna. E que ele me dê forças para de uma vez por todas aplicar totalmente o ensinamento de buscar primeiro o reino de Deus, pois assim sendo, todas as outras coisas nos serão adicionadas.

Espero de Deus o sustento. Não só financeiramente (me permitindo ser um profissional competente, honesto, preparado e com emprego), mas também moral, de forma a ser exemplo.

Espero também sustento espiritual, para cumprir com a vontade de Deus em tudo o que eu fizer.

Espero sustento intelectual, para ser sábio e ponderado de modo a tomar decisões e fazer escolhas corretas e sábias daqui para frente.

Espero também sustento psicológico, para lidar com as dificuldades e responsabilidades que assumo daqui para frente (já que agora serei chefe do meu lar).

E, por ultimo, espero sustento emocional, para ser um marido e um pai (se assim tiver que ser) amoroso, que saiba se alegrar nas alegrias, que não se afogue nas tristezas e que saiba como e quando ser rígido e afiado como uma espada, mas que também saiba como e quando ser flexível como o bambu verde diante do vento.

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