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24 de junho de 2005

O FIM DE UM CICLO

Após o primeiro momento de euforia com o fim da minha faculdade (euforia essa que vai se reforçar quando eu pagar a ultima parcela da minha dívida junto à PUCC, em setembro) eu estou começando a perceber algumas coisas.

Durante muito tempo eu depositei na conclusão da minha faculdade uma série de expectativas. Coloquei muita coisa como dependente deste evento, e agora que ele ocorreu, estou vendo que terei que enfrentar algumas coisas. Uma delas é o meu casamento.

Veja bem, não falo enfrentar como algo negativo ou que eu não queria vivenciar. Pelo contrário. Mas é neste momento que tenho que enfrentar alguns dos meus maiores medos e receios. É agora que terei que depositar sobre meus ombros o enorme peso da responsabilidade de ser o chefe de uma familia.

A primeira preocupação é, obviamente, econômica. Quem acompanha a minha vida sabe o quanto eu já lidei com o desemprego. Queira ou não, é algo ao qual estou sujeito. Até hoje, quando ocorreu, eu tinha a ajuda de meus pais. Nunca me faltou comida, nem roupa, nem amor. Passei dificuldades sim, mas nada drástico. Adquiri uma dívida com a faculdade, no pior dos casos, dívida essa que Deus está me proporcionando quitar.

Mas e quando eu estiver casado... como farei se isso ocorrer? E mais ainda, o que farei se isso ocorrer e nós tivermos filhos?

Por algum tempo eu temia apenas pelo lado econômico, mas há algum tempo tenho temido também pelo lado psicológico da questão. Terei eu constância emocional no casamento para não deixar minha esposa maluca? Terei eu amor o bastante para dar à ela? E mais... terei eu amor e paciência o bastante para os meus filhos?

Sei que em tudo isso, dependo e preciso desesperadamente de Jesus, pois só Ele poderá me sustentar (econômica e espiritualmente). E só buscando o meu objetivo neste mundo, que é me tornar cada dia mais parecido com Ele em atitudes e pensamentos, é que poderei cumprir este meu sonho de amar minha familia de acordo com a vontade de Deus, além de amar aos meus irmãos e ao próximo como a mim mesmo.

E isso, para ser sincero, tem me preocupado e abatido também (como viu, sou cheio de preocupações). A quanto tempo não tenho levado meu relacionamento com Deus à sério? Pelos meus cálculos, a quase dois anos...

Não vou entrar em detalhes. Eu e Deus bem sabemos do que eu falo. Não tenho tido forças para lutar contra minha apatia espiritual. Muitas pessoas olham para mim e dizem que sou um bom crente... mas por dentro, sei que não sou assim. Deus sabe o que vai no meu coração... e no quanto eu já pedi de forças para me transformar dia a dia.

Eu não tenho orado como gostaria, nem tenho testemunhado, adorado e louvado da uma forma que agrade à Deus. Não tenho tido interesse nas coisas de Deus e isso está me consumindo por dentro. Sinto-me como que dormente, como que perdendo um tempo precioso que não voltará.

"De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." ROMANOS 7:17-25

Me identifico com esta passagem. Mas ainda assim, luto contra o pecado. E para lutar, preciso me atirar à Deus, e me entregar totalmente à Ele. Mas na atual situação em que me encontro, que classifico como uma virtual e incômoda inércia (caso contrário não escreveria sobre ela aqui), penso que tenho um logo caminho para trilhar de volta à comunhão com Deus que tanto almejo. Comunhão, e não salvação, pois sei que essa já ganhei gratuitamente de Deus por meio da minha fé em Cristo.

Minhas férias estão logo ai. Falta exatamente uma semana para elas terem início. Tenho diversos planos para ela. Construir no quintal da minha casa um totem de treino com um tronco (para usar como saco de pancadas), correr na trilha que tem perto de casa todos os dias, arrumar minha bike dar umas voltas com ela, começar a me dedicar mais ativamente aos meus dois livros, terminar de ler Nárnia, treinar mais ativamente Kung Fu... mas eu não deveria buscar tudo isso. Eu deveria simplesmente buscar melhorar meu relacionamento com Deus e com meus irmãos em Cristo. E o primeiro passo, espero, eu conseguirei dar. Pretendo voltar a ir na igreja domingo a noite a partir destas férias.

Sinto tristeza comigo mesmo. Fico agoniado, pois sei que Deus me observa a todo instante, entristecendo-se quando faço algo errado, mas se alegrando quando me arrependo e peço-lhe perdão e ajuda. Peço perdão e ajuda uma vez mais, Senhor. Perdão por meus procedimentos tão errados e minha conduta tão equivocada com relação à verdade do seu amor. E ajuda para retomar e seguir eternamente nos teus caminhos e na sua vontade e paz.

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