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30 de maio de 2005

DILEMA LITERÁRIO



Tenho estado em um dilema que tem me ocupado a cabeça a algum tempo. Amo escrever, meu maior sonho profissional é escrever livros e ser reconhecido por isso. E estou me dedicando a uma história na qual vejo grandes possibilidades. Porém, há o dilema moral.

Eu posso escrever uma história de pura ficção, apelas literatura de entretenimento que passe alguns valores bons, ou posso escrever algo mais cristão. Porém, o que estou escrevendo atualmente, a trama, não tenho conseguido dar nenhum enfoque estritamente cristão, e a pergunta que eu tenho me feito é: devo me ocupar em escrever uma história cristã, matando muito daquilo que eu estava planejando para o livro, ou devo simplesmente abrir as portas da minha imaginação e deixar a fantasia e a ficção correrem soltas?

É uma história que envolve, não no foco principal mas sim de forma periférica, magia. E sei que a magia não é algo cristão. Não vou entrar nos méritos, eu mesmo não a considero coisa de Deus, mas ela se adequa ao estilo de ficção que estou me propondo a escrever, e dentro de um universo de fantasia a vejo de forma inocente. Mas seria correto eu escrever uma história como essa?

Estou apaixonado pela trama. Em muito tempo, é a primeira vez que consigo escrever um storyline completo, do inicio ao fim, e é a primeira vez em muito tempo que escrevo trama de suporte (história que suporta a minha história, mas que não entra necessariamente na história em questão).

O caminho que o livro tem tomado é mais voltado à fantasia, obviamente. Tenho tentado incluir elementos e valores cristãos nos personagens, mas em alguns momentos isso é muito complicado. Não sou um C.S. Lewis para fazer algo como NARNIA.

Tenho me incomodado por que não quero escrever algo que vá contra a palavra de Deus, algo que incite confusão nos leitores (e o publico alvo dessa história, crianças, é bem sucessivo a isso). Não pretendo escrever uma pregação, obviamente. Mas o meu desejo é escrever algo que possa de alguma forma contribuir positivamente para o imaginário dos leitores ao mesmo tempo em que transmita valores cristãos que, creio, são importantes até para aqueles que não acreditam em Deus, como amizade e respeito.

Quero contar uma boa história, divertida e empolgante, mas que não sirva de pedra de tropeço, pelo contrário: que seja instrumento de edificação de alguma forma.

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