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20 de setembro de 2004

ANATOMIA DA CRISE

As duas ultimas semanas foram terrívelmente difíceis. Um turbilhão de coisas ocorreu. Foi como se um vento forte tivesse soprado: minha vida toda balançou e quase ruiu. Pensamentos povoaram minha mente, e tudo passou a ficar tão confuso que eu comecei a pensar em tomar decisões sobre os rumos de minha vida em todos os sentidos.

Pensei em terminar minha relação com minha noiva, e isso a machucou profundamente. No momento em que eu mais deveria estar presente, no momento em que ela mais Justificarprecisou de mim, eu "pipoquei". No instante em que ela mais precisava de um homem ao seu lado, eu falhei. Não quis me envolver com a situação em que ela estava, e isso a machucou. E machucou a mim mesmo, pois falhei para com ela e para comigo. Como pretendo ser um marido se diante de uma situação difícil destas eu simplesmente meti o rabo no meio das pernas e desapareci? Comecei a duvidar mais ainda de mim.

OK, sou humano e suscetível à falhas terríveis como esta, mas isso não me livra de me sentir alguém não merecedor de confiança conjugal. Mas se você tem um relacionamento com alguém, o ideal é que você jogue limpo desde o início. Não oculte informações à outra pessoa mesmo que sejam coisas que você tem certeza que causarão uma briga ou um sentimento de desconforto (seu ou da outra pessoa). Não deixe de contar à outra pessoa como você se sente, ou como você quer que as coisas sejam na relação. Joguem aberto um com o outro se algo o esta deixando chateado, por que se não, as coisas vão se acumulando e você acaba ficando de saco cheio, e explode quando a situação apertar. Foi o que aconteceu comigo. Foi bom ter falado tudo, mas eu confesso que deveria ter feito isso em outro momento, bem antes ou bem depois dos acontecimentos. Mas do jeito que as coisas estavam, não dava pra suportar mais, e acabei conversando a respeito com minha noiva. Foi doloroso, mas agora parece que está tudo bem.

Muitas pessoas com quem eu falei me deram conselhos, mas somente uma me disse o certo a ser feito, e este certo só pode ter vindo de Deus, por que era exatamente o contrário do que eu, imerso na emoção, queria fazer. Mas mesmo sendo o inverso, me parecia a coisa certa a ser feita. O problema era o medo.

Mas como disse, após mais um final se semana de lágrimas, tudo parece bem agora. O processo foi doloroso, mas agora que consegui dizer TUDO o que me incomodava e a forma como eu quero levar nosso relacionamento daqui para frente, eu acho que as coisas vão melhorar. De qualquer forma, está entregue nas mãos do Senhor... já passei por tanta coisa que a única explicação existente para eu ainda estar com minha noiva é milagre de Deus.

Ainda estou com a alma moída e dolorida, assim como a alma de minha noiva também deve estar. Já faz um mês que não vou na igreja, e pelo que sei, muita gente tem pensado besteira a meu respeito devido a isso. Alguns acham que não vou mais na igreja por que não quero mais saber de nada com Deus. Outros, acham que não vou na igreja por que não gosto do pastor, ou por que não gosto das pessoas de lá. Outros devem até achar que eu nunca fui crente de fato...

O ser humano é problemático demais, e sempre pressupõe coisas as quais ele não tem como saber a resposta. Normalmente o ser humano pressupõe coisas ruins, e acham que se algo está ruim, é devido à elas. Acho isso um pouco de egoísmo. A pessoa acha que as coisas acontecem (boas ou, neste caso, ruins) por causa delas. Eu aprendi isso na marra a tempos atrás. Não sou o centro das coisas nem entre minha familia, nem entre meus amigos. As coisas nem sempre acontecem por nossa culpa ou mérito. As vezes as coisas acontecem por que simplesmente tem que acontecer, ou por que somos fracos.

Não estava indo na igreja por problemas pessoais e por fraquezas de caráter e espírito. Não espero que entendam, nem que aceitem, mas estou passando por um momento de "troca de peles". O problema existe e estou tentando solucioná-lo, mas vocês sabem como o ser humano é. Enquanto isso, vão continuar a pensar o pior de mim, ou que o problema tem sua causa nelas mesmas. Nada disso é verdade, eu e Deus sabemos disso, mas como fazer com que as pessoas saibam disso também? De qualquer forma, pretendo voltar à igreja na próxima semana, ao menos de manhã. A noite ainda não vai dar... só quando eu comprar um carro. Não vou mais dormir na casa da minha noiva, foi uma das coisas que acertei com ela, e com isso não vou ter como voltar para casa de noite. Faz parte...

Agora quero falar sobre 2 coisas legais (chega de tristeza e preocupação).

A primeira é que fiz uma pesquisa na Internet semana passada e descobri que possivelmente eu tenho sangue judeu por parte da familia do meu pai (Fontes). Bom, nenhuma novidade, afinal os judeus ficaram espalhados pelo mundo por séculos, a miscigenação era algo inevitável. Mas o fato é que na Espanha (terra dos avós ou bisavós do meu pai) a familia Fontes era judia em seus primórdios. Bem, como eu disse, possivelmente (e não certamente) eu tenho DNA judeu. Sinceramente isso não vai fazer a menor diferença para mim a esta altura do campeonato, e serve apenas à título de curiosidade sobre minhas origens. Provavelmente eu nunca vou saber se isso é verdade ou não...

A segunda coisa é que neste final de semana eu comecei a jogar o melhor jogo da minha vida! Chama-se Ragnarok Online, é um RPG coreano muito bom e bem feito, que esta rodando de forma beta em um servidor oficial aqui no Brasil (o BRO). O jogo não tem objetivo definido e nem final. Consiste em um mundo virtual 3D medieval baseado em animês (desenho japonês) em que a gente entra e cria um personagem e traça os nossos próprios objetivos (viver em uma cidade, ou juntar um X de dinheiro, ou comprar um determinado item, ou formar um grupo, ou simplesmente matar monstros). Começamos como aprendizes e depois escolhemos uma classe para atuarmos (mago, espadachim, noviço, ladrão, etc). Fiz um teste vocacional no jogo e a classe que segui a partir disso foi a de arqueiro. O nome do meu personagem lá é Quick Silver, por que quero que ele seja rápido e por que ele tem cabelos prateados. Eu queria dar o nome de Seraph, mas alguém já tinha registrado um personagem com este nome...

O mais legal no jogo é que você esta naquele mundo virtual (o mundo de Midgard - para jogar tem que estar conectado na Internet obrigatóriamente) e cruza com outros jogadores no meio do caminho. Os jogadores podem conversar com você e interagirem juntos. Podem formar grupos e se ajudar (eu criei o grupo Konoha Hunters, só tem eu e um outro cara até agora). No geral, as pessoas se ajudam dentro do jogo, isso é muito legal por que ensina a gente a não pensar só na gente, temos que ajudar os membros do grupo! Eu mesmo fiz um grupo com pessoas que acabara de conhecer no meio de uma floresta. Uma garota de Belo Horizonte e um rapaz de São José dos Campos... o jogo é legal por causa disso, não é um jogo isolado, você tem que se relacionar com pessoas de verdade, e acaba fazendo amizades!

Fiquei muito tempo sem escrever aqui. Vou tentar ser mais periódico.

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