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6 de julho de 2004

MORTE, CONTOS E CACHORROS

É triste e estranho quando alguém que você conhece morre. Fui ao enterro da sogra do meu irmão no domingo passado, e até ajudei a carregar o caixão. Mas é muito estranho você conhecer alguém, ver esta pessoa falar, comer, sorrir, viver e, de repente, ver seu corpo sem vida em um caixão, vitima do cancêr. Não é algo que parece real, e não é pelo fato de haver algum choque emocional. É pelo fato de que a morte, para mim, não é algo real, ao menos não é algo natural.

Sei do sofrimento da namorada do meu irmão e do pai dela, e inclusive de meu irmão, mas tudo me pareceu quase um filme em alguns momentos. Fico constrangido as vezes por aparentar uma insensibilidade tão grande, mas não consigo imaginar que este seja o fim e portanto não consigo ficar triste a um nível muito profundo.

Olhando para o corpo sob o caixão, fiquei pensando se ela estava realmente morta. Se ela acreditava em Jesus Cristo e o amava a ponto de ter se entregado a ele, tenho certeza absoluta de que ela continua viva em um lugar muito melhor, e que um dia vamos nos rever. O corpo era apenas uma casca. Seu verdadeiro eu continua vivo.

Esta é a segunda pessoa que eu conheço que morre neste ano. A primeira foi a Simone, da igreja, mas eu não pude ir no enterro dela. Espero que demore bastante até que outro conhecido parta para o lado de lá. Já disse que não fico triste profundamente, mas fico triste ainda sim.

Fora isso, temos uma nova moradora em minha casa. Foi achada abandonada na rua, chorando muito e com muita fome. É uma cachorrinha linda, Fox Paulistinha, branca com manchas das cores preta e marrom, de 2 meses de idade, à qual minha noiva sugeriu um nome e minha mão acatou: Lua. Eu bem que tentei sugerir HIME, mas não gostaram. Fazer o que.

Ela é uma cachorrinha espoleta, que tem dentinhos afiados e adora morder tudo o que vê. Meus pais a levaram ao veterinário ontem para ver seu estado e dar as vacinas necessárias. Ela está magra, mas vai ficar bem se comer adequadamente.

Os outros cachorros (a Duna, que é da mesma raça, e o Jack, que é um poodle safado que temos lá em casa) estão morrendo de ciúmes, mas fazer o que? Daqui a algum tempo eles se acostumam...

Para finalizar: saiu o resultado do concurso de contos da Universidade Federal de São João Del Rei, na qual eu havia me inscrito com 2 contos. Nenhum deles ficou entre os 20 primeiros, que farão parte do livro sobre o concurso. Havia me inscrito com um conto chamado "Necessidade Maldita" e com outro chamado "Sonhos Elétricos de uma Mente Quântica", que na minha opinião foi um dos contos mais trabalhados e bons que eu já fiz na minha vida.

Sei que estavam bem escritos e todos para quem eu os mostrei gostaram bastante, mas pelo visto ficção científica continua não sendo bem vista pelos escritores, pela critica e pelos leitores brasileiros, e eu acho sim que este foi o motivo de nenhum deles ter ficado dentre os 20 primeiros. Não desmereço os ganhadores e os outros participantes, mas o fato é que eu pagaria pau para esta história mesmo que não tivesse sido escrita por mim. Acho que vou ter, de fato, que aprender inglês e começar a escrever para um público mais pop no exterior. Mas isso já são outros 500...

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