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11 de dezembro de 2003

PERDÃO PRÓPRIO

Você já se sentiu fora de controle? Já se sentiu como se não tivesse domínio próprio? Você já sentiu um arrepio pela espinha em perceber que seria capaz de fazer algo abominável? Você já se imaginou fazendo algo indescritivelmente vergonhoso? Você já desejou fazer isso? Você já fez isso?

Você já se perguntou o que é a realidade? Já de aprofundou filosoficamente no mundo que nos cerca? Já parou para pensar que, no fundo, podemos ser somente sonhos? Que assim como uma bactéria não tem noção do nosso mundo (no qual ela se insere) talvez nós não tenhamos noção do mundo onde estamos inseridos?

Você já se sentiu mal consigo mesmo após fazer alguma coisa boa? Já teve a sensação de implodir, de ter um vácuo no seu centro que suga o seu ser para dentro de si mesmo? Já teve a impressão de não ser você mesmo? Já pensou em sumir do mundo? Já desejou deixar de existir? Já pensou em se matar?

Você já se cansou de sua vida? Já parou para pensar no seu dia e se entristeceu? Já não sentiu o gosto de uma comida? Já chorou sem se lamentar? Já teve um dia que passou em branco? Já flertou com o mal que habita seu coração? Já deu vazão aos seus sentimentos mais profanos?

Você já machucou alguém de alguma forma? Já se acusou e se afligiu de alguma forma? Já se maltratou por se achar merecedor? Já de adulou por se achar um coitado? Já se inflou por se achar o melhor? Já subjugou por se achar superior? Já se rebaixou por ser achar inferior?

Para todas as perguntas, a minha resposta pessoal é sim. E agora mais uma pergunta:

Você já se arrepende de tudo isso?

Novamente a minha resposta pessoal é sim.

Conheço muitas pessoas que dizem que nunca vão se arrepender das coisas que fizeram, mas que se arrependem das coisas que nunca fizeram. Você já ouviu isso com toda certeza. Mas eu me arrependo não de todas, mas de muitas das coisas que eu fiz e faço em minha vida. Não me arrependo do que não faço. Principalmente de sei ser algo errado.

Mas qual é o caminho do perdão? O primeiro passo é o perdão de Jesus. Ele está sempre disposto a perdoar se confessarmos nossos pecados à Ele e reconhecermos que erramos. Esta é a parte mais fácil. O segundo passo é o perdão daqueles a quem ofendemos. Ninguém pode nos perdoar se não aquele a quem ferimos de alguma forma. Este passo é mais difícil que o primeiro mas não tanto quanto o terceiro, que é o nosso perdão pessoal.

Eu me enveneno de culpa por muitas coisas que faço mesmo sabendo que são erradas. Não consigo me perdoar mesmo sabendo que Deus e as pessoas a quem ofendi me perdoaram. Não consigo aceitar a minha natureza pecaminosa e toda vez que peco, me sinto um descrente, a ponto de questionar a minha própria fé, o que não sei se é pecado (me perguntar se realmente entreguei minha vida para Cristo).

Mas aos poucos vou compreendendo... o pecar por si mesmo é a morte da alma, mas o arrependimento genuíno deste mesmo pecado junto à Cristo é o caminho da vida eterna.

Meu sentimento de culpa é um instrumento de auto-controle, uma espécie de cão de guarda que criei para me ajudar a evitar outros pecados? Não sei. Mas se este sentimento me envenena, que Jesus tenha misericórdia de mim e me cure de mais este mal.

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