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20 de fevereiro de 2003

COMBATER O MAL COM O BEM

Li nestes dias o livro "O Senhor dos Anéis e a Bíblia", de Mark Eddy. É um livro bastante curioso, uma vez que mostra muitos paralelos da historia de J. R. R. Tolkien com algumas virtudes cristãs. Incrível ver como existem bons exemplos de fé e comportamento cristão na historia. E já na trama principal da historia. O livro não retrata primariamente a historia da guerra do anel e da destruição do mesmo. A historia fala sobre como pessoas aparentemente frágeis, e que normalmente não seria capazes de fazer nada importante, podem ser encarregadas de cumprir coisas grandiosas e realiza-las adequadamente a mando do bem, que em nosso caso trata-se de Deus.

Não vou comentar mais muitas coisas sobre o livro pois seria legal que, se você gosta da historia, o compre e o leia para averiguar por si mesmo que ao contrario do que muita gente pensa, "O Senhor dos Anéis" não é de todo mal. Claro que existe um ou outro ponto obscuro, que faz parte do próprio estilo de fantasia do livro. Bem, isso já foi assunto aqui antes, se quiser saber mais, procure nos "Archives" e leia minha opinião a respeito.

Queria atentar apenas para um ponto que li neste livro e achei bastante interessante. Um dos pontos que Paulo destaca em sua carta aos Romanos 12:21 (Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem) é o de combater o mal que os outros nos fazem não com mais mal, mas sim com o bem. A idéia de vingança é o tema. "A vingança pertence ao Senhor". Romanos 12:14 (abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis). Tudo isso pode parecer estranho, mas Deus nos diz para fazermos isso, para que tratemos bem nossos inimigos.

Em "O Senhor dos Anéis" vemos um exemplo disso no relacionamento que existe entre Frodo e Sam com Gollum, que passa a ser chamado pelo seu nome original, Smeagol. Gollum passou a historia perseguindo o Um Anel, sendo um inimigo voraz da comitiva, colocando a vida de Frodo em perigo varias vezes. Mas Frodo, ao captura-lo, não o machuca, tão pouco lhe faz mal. Ao contrario, tenta trata-lo bem, lhe falando a verdade sempre. Isso provocou uma mudança em Gollum, que aos poucos foi voltando a ser Smeagol, se sentindo impelido em ajudar "o mestre bonzinho" (Frodo) a chegar a seu destino, e sempre falando a verdade. Sam, por sua vez, se tivesse a oportunidade, não pensaria 2 vezes para matar Gollum, no qual ele não confia e sabe ser uma criatura perdida. Mas mesmo Sam, que foi passando por um aperfeiçoamento no decorrer da jornada de destruição do Um Anel, por fim aprende a misericórdia quando tem a oportunidade de matar Gollum e não o faz. No fim, é isso o que nossos inimigos merecem: nossa misericórdia e nossa bondade.

Na historia, Gollum sente dores ao ouvir Frodo dizer-lhe a verdade, de que iria ate Mordor e queria que ele os guiasse ate lá. Ele se sentiu dividido e confuso quando Frodo foi gentil e amável com ele, retirando a corda elfica que estava em volta do seu pescoço, o queimando por dentro. E Frodo, no fundo, é bondoso com Gollum pois vê nele aquilo no que poderia se tornar se sucumbisse a tentação maléfica do Um Anel. Frodo tem pena de Gollum, e o trata como ele gostaria de ser tratado se estivesse naquela situação, sendo ajudado a se reerguer. Esta é uma coisa que achei bacana no livro "O Senhor doa Anéis e a Bíblia": uma pessoa boa pode compreender os atos de maldade de uma pessoa ma pois pode se colocar em seu lugar, sempre podemos nos imaginar em situações que nos levem a cometer tais pecados, e com isso, ter piedade de nossos inimigos, os abençoando com isso. Mas uma pessoa má não pode compreender os atos bondosos de uma pessoa boa.

Ta vendo só? O Senhor dos Anéis pode ser uma leitura maravilhosa em muitos aspectos. Não é um livro perfeito como a Bíblia, mas é uma historia de onde se pode tirar muitos aspectos positivos para nossa vida. Aspectos que agradem a Deus. E isso é o mais importante: deixarmos Deus feliz com nossas atitudes sinceras e com nossos corações.

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